PRISÃO

Os dias passam e nada muda, eu aqui continuo preso em mim mesmo, olho para fora por sobre muros inexistentes e contemplo a liberdade de um mundo que nunca foi meu. A angústia toma conta de mim, o coração bate apressado em ritmo descompassado, os pulmões anseiam por mais ar, o suor escorre pela testa... tudo na tentativa de achar uma solução, uma brecha para escapar. Não há saída a vista, por que continuar tentando se não existe esperança? Ficarei para sempre acorrentado a cela de meu ser? Como escapar de meu cativeiro? Não sei.

Só sei que sinto dor, dor das torturas diárias impostas aos cativos, mas o que mais dói e não estar lá fora convivendo com os outros, desfrutando a humanidade que só os livres experimentam. Ao invés disso minha alma prefere a clausura, confinada em um calabouço escuro e sem fundo com o nada como companhia, nada mais triste, nada mais solitário.

E assim tem sido desde quando a memória não se lembra mais, eu aqui sozinho, preso sem grades, sem muros e sem guardas, impedido de sair por uma força descomunal e invisível que me tira as forças e me cega, impedindo que eu veja o caminho, que eu encontre uma chave e abra a porta para a vida.

Luciano Silva Vieira
Enviado por Luciano Silva Vieira em 20/03/2011
Código do texto: T2860513
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