Esperando um convite? Ei-lo.

Não há nada de opaco aqui, o catarro é amarelo, a merda é marrom esverdeado, a lágrima brilha até no escuro, os olhos de tanto chorar a tal maldita lágrima brilhante já tem um tom rosado que não sai nem com colírio e esse sangue é vermelho. meu coração é vermelho. elho elho pentelho. não adianta nem rezar por um ataque cardíaco. não adianta esperar a moooorte chegar enquanto olha pra essa sua janela surreal julgatória da vida alheia. quem se importa se as pessoas são assim ou são assado, cada vez que chego perto dessa sua janela pra alma dou meia volta e sento na calçada no outro lado da rua, louco pra mandar um molotov bem no meio dessa sua imobilidade irritante. já que você é tão autossuficiente bota esse bloco na rua e para com essa xurumela toda. e me beija. pessoalmente. agora. vem que eu te mostro com quantos paus se faz uma canoa e com quanta saliva eu te faço feliz. sem culpa. sem fantasma. sem máscara. sem passado. sem futuro. só o agora. eu e você e aquela mesma larga cama de delírios múltiplos que você sabe onde. te encontro lá. beco da solidão, estrada dos incapazes de serem felizes longe um do outro. o número? meu número. você.

Cacau Segobia
Enviado por Cacau Segobia em 11/03/2011
Código do texto: T2840600
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.