Educação sentimental: Pensaram nisso?
Eu realmente queria ter tido aulas de como amar as mulheres. Provavelmente eu saberia o que fazer quando elas me olham. Saberia também quando ligar e se deveria ligar no dia seguinte. Se eu tivesse essas aulas ao longo da minha vida acadêmica, minha vida sentimental seria menos explosiva!
Eu vivo cheio de dúvidas relacionadas à sentimentalidade humana. Durante toda nossa vida na escola temos aula de matemática, algo que nos é útil até certo ponto, mas depois perde completamente o sentido, mas mesmo assim somos eternamente cobrados na escola por isso. E nossa afetividade? O sentimentalismo? Como amar? Como deixar de amar? Não temos aulas nem quem nos ensine isso. Está tudo errado. Essas aulas poderiam mudar o rumo da história. Quem sabe se alguém sistematizasse esse conteúdo o mundo fosse diferente? Isso me intriga bastante.
Lembro-me do meu primeiro ano de faculdade. Eu estava em plena forma, eu realmente era “engraçadinho”. Cruzei com a mais linda aluna de lá, não só cruzei como ela também me cruzou com os olhos, mas na falta da bendita aula 27, módulo 3, conteúdo “seja sutil e amável”... Eu me mantive mudo e calado e o pior, ela acabou namorando o cara que mais na frente deslocaria meu ombro num ato brutal jogando dominó! Eu era muito bom no dominó.
Eu estava fazendo as contas de quantos amores eu posso ter perdido por essa “ausência pedagógica” voltada para a afetividade. Isso poderia ter salvado a vida de muita gente. Até mesmo o Corcunda de Notre dame poderia ter se dado bem, de fato a teoria do chinelo velho para o pé cansado fizesse mais sentido.
O fato real é que ninguém pensou e se pensou não aplicou o que estou reclamando aqui. O músico Leoni falou disso numa canção sua, e esse lance de Educação Sentimental faz muito sentido num mundo tão mal educado ao coração. Tão pouco gentil ao afeto alheio, tão arrogante ao carinho ao próximo. Se educados poderíamos dizer àquela mulher linda, por quem a gente perde o ar naquele entardecer em que ela diz que o pôr do sol está lindo: “Esse pôr do sol não é tão belo quanto o pôr dos olhos teus numa noite de luar”! Ninguém precisa adestrar os sentimentos ou anestesiá-los, se os educássemos seríamos muito mais felizes. De fato, nós seríamos seres para o amor.