Perdão, ouse tentar
Aprendi com a própria vida esta nova perspectiva, ao longo de cinco anos de noivado com o marido que qualquer moça almeja, para ser sincera mais parecia um ser angelical do que um ser humano, este foi o meu erro: projetar a perfeição no outro e descobri em alguns meses de casamento a traição, bom isso gerou aquela enorme frustração e conseqüentemente a ira, acreditem me tornei uma homicida, pois matei por diversas vezes aquele que tanto amava, amor e ódio em mão única.
Por dentro parecia um sarcófago, onde o defunto era colocado todos os dias, o meu devedor, a vida não fluía mais, e refleti: ele estava errado por me decepcionar? Porém fui eu que depositei em um ser humano, falível, como eu, tantos desejos. Me vieram lembranças das alegrias que a pessoa amada já havia me proporcionando, inúmeras por sinal, e eu o condenava por um único erro? A punição era devida?
Perdão, a palavra vem de perda, nosso chip não está preparado para perdermos nada na vida, quando é uma besteirinha, é uma perdinha, mas algo relevante é um perdão, vivia esse dilema. Cedi ao desafio de deixar para lá, dar vida a quem antes queria matar. Com isso a ferida no coração já não sangrava, foi fechando, o perdão tem esse poder: a cura.
Hoje me lembro do que vivi, porém sem dor alguma, pois bem sei que cicatrizes não doem.