Ele não ficará adormecido para sempre

Será possível uma pessoa ter um vulcão de sentimentos em seu interior, e, ainda assim, se sentir tão fria?

Em determinados momentos, aqueles que se aproximarem de mim terão o meu melhor, os mais calorosos abraços, os mais intensos olhares. Porém, o sentimento de frieza tem tomado meu ser, tem me dominado. O detalhe é que eu não era assim - séria, "monoexpressiva", "monofacial" -, eu era feliz, sorridente, costumava contagiar a todos com meu sorriso. Ele me fez ficar assim.

Durante algum tempo eu senti sua falta, queria sentir o calor dos braços dele, mas, com certas atitudes, ele conseguiu o que queria. Fez com que aquela saudade que eu sentia se reduzisse, fez com que meu corpo não precisasse de aproximação com outros... Fez com que eu parasse de me importar com "aqueles detalhes".

Se escuto uma música, que há um tempo me traria lembranças e me tiraria um sorriso de canto de boca, hoje não sinto lá "aquelas coisas". Não posso dizer que não sinto saudades, mas são saudades secas, aquele tipo de saudade que você sente apenas por saber que já passou. Nada mais.

Eu o vejo sorrindo, o vejo com ela e não me importo. Não como já me importei um dia. Já não tem tanto significado pra mim. E repito: ele quis assim, ele fez isso.

Então, que ele siga o caminho dele, com quem ele quiser, fazendo o que bem entender. Enquanto isso, eu seguirei com minha frieza, até que algo, ou alguém desperte, de novo, o meu vulcão adormecido.

Carol Muniz
Enviado por Carol Muniz em 24/11/2010
Código do texto: T2634184
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