Um olhar doutro lugar
A minha essência não me pertence mais, pois estou aqui parado equiparando momentos solenes de tudo o que se passou. Olho, observo e tudo o que sei é que o completo se conduz a um único fim, de um único meio, ao enlace do caminho menos conhecido.
O que se faz, sob qualquer medida, de qualquer pensamento coerente, ou não, muitas vezes nunca se faz valer. Pensemos, então: O que nos conduz a ser o que somos? O que, ou quem, faz que tomemos esta ou aquela decisão? Fazemos realmente consciente ou somos levados pelo ocaso do destino?
Será, realmente, que somos donos de nós mesmos? Quantas e quantas vezes todos nós erramos, acertamos, choramos, regojizamos, doamos a nós mesmos sem esperar qualquer coisa de volta, ficamos magoados por mesquinharia e lutamos por um infinitessimo de atenção naquele momento?
Queremos o que realmente necessitamos, ou queremos aquilo só por prazer de ter? Meus olhos perscrutam por toda um par de anseios sem achar nenhuma resposta condizente. Pelo menos uma resposta gostaria de ter, uma que me abrisse um sorriso e não me fizesse saber que tudo acaba como deveria acabar.
Mentes analíticas como a minha sempre pensam muitos passos a frente, seja numa profissão, seja numa conversa, seja numa relação e, desta forma, acabamos criando o nosso próprio complexo de Pandora. Deuses, quão horrível é saber uma parte do próprio futuro e, nem ao menos, conseguimos mudar o imutável caminho trilhado.
Gostaria, imploro, que as pessoas mudem muitos dos seus aspectos, não se demostrem ser apenas seres mesquinhos ou de atitudes banais. Parem por um momento no mundo, recuperem o sopro de inocência de suas vidas e recriem a si mesmos, senão estamos fadados, completamente, ao dissabor dos ventos desta vida mundana.
Por um segundo, pensem por si, saibam que são capazes de muito mais, que não estão limitados apenas por sua incapacidade de ver além daquilo que são. As regras impostas pela sociedade não deveriam diminuir as suas ações e, assim, eu não deveria ficar espantado com aquilo que sempre vejo. Repetições dos anseios, gritos e remorsos de pessoas que se trancam por si mesmas em dogmas, paradigmas ultrapassados.
Sejamos questionários sobre tudo e sobre todos. Querem as suas visões daquilo que o fazem sentir o mundo ao seu redor. As outras pessoas, outros dogmas, outros paradigmas, também são dignos de admiração, compreensão e compaixão.
Tenho a minha tristeza guardada comigo, porque já encontrei um alguém que o meu coração palpita mais forte, mas que, invariavelmente, caiu na trilha do caminho já caminhado. Uma trilha que me doi saber que será a mesma anterior de outros momentos atrás.
E o que eu posso mudar? O que mudar...