O ser de ódio

Poderia dizer que o ódio está me consumindo, mas na verdade o ódio já me consumiu. Como é a vida de um ser consumido pelo ódio? Simples, você nega qualquer hipótese de contato com qualquer pessoa que possa te fazer mudar de ideia e em seguida, depois de isolado, você passa a cultivar o rancor e coisas similares. Eu, pessoalmente gosto de descontar minha angústia fisicamente. Agora mesmo, enquanto escrevo esse texto, fico exercitando até o limite do esgotamento. Só pauso para escrever uma frase e continuo. Geralmente, o que funciona muito é o famoso: soco de descarrego. É assim: você mira coisas sólidas e pow!, soca aquilo. Eu, particularmente prefiro postes e paredes, já que acho covardia e maldade socar árvores. Normalmente, um ou dois socos já bastam... da faculdade até aqui eu passei do limite da contagem. Não sei quantos eu dei, sei que foi mais do que minha mão, agora toda arroxeada, suportava. A segunda coisa a se fazer é correr. Hoje eu fiz uma mescla das duas. Saí correndo da facul e socando os postes do caminho. Exemplo de energia, não?! Foda-se, pouco me importa algo como uma opinião, hoje. Fui de ônibus até o centro e de lá andei correndo até aqui em casa. Pernas esgotadas, agora serão os braços.

Outra dica: evite falar com pessoas, de preferência, não vá a lugares públicos. Infelizmente tenho que trabalhar, mas cogitei muito a opção. Depois é só continuar em silêncio e torcer para que os sentimentos que te levaram a isso saiam pra sempre da sua vida. Preferi desligar o cel, já que não quero me arriscar a fraquejar. Quase o quebrei, mas isso me tornaria mais arrependido do que nervoso. Não falo com ninguém até o limite de meu ódio. Em compensação, eu produzo. Fisicamente é muito bom, vamos ver intelectualmente. Bom, agora uma outra coisa importante, é não terem notícias de você, isso quer dizer que eu não farei nada na net até o fim da próxima semana ao menos. Exceto e talvez, postar algum texto aqui no blog.

Bom, isso tá parecendo mais uma carta de despedida do que um desabafo. Então, só vou completar com algumas palavras: se um dia eu tentei ser quem eu gostaria de ser, esse dia, morreu junto com o descaso. Hoje, e a partir de agora, sou somente o que quero ser contra meus princípios: serei aquele que não olha mais para trás. Adeus sentimentos, não para sempre, mas por muito tempo...

Pedro HD Delavia
Enviado por Pedro HD Delavia em 07/10/2010
Código do texto: T2543946
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