Afetos engarrafados.
Repetidamente o asco viscoso do vazio se faz presente. Inúmeras tentativas de que nada valem, inúmeras pessoas que não cabem. Ciclo vicioso de ociosidades. Vícios - que adoramos manter - disfarçados de fraqueza. Gira-se tudo e tudo acaba sempre no mesmo lugar, esse vai-não-vai já tão rotineiro. Vida estática, pseudo-mudanças nos reconfortam. Risos e beijos que fogem, que nos faz fugir e fingir que somos capazes de sentirmos algo no nosso íntimo já tão dilacerado de impurezas. O egoísmo disfarçado de caridade me faz (r)ir.
Felicidade só conhecemos engarrafada, nossa verdadeira essência se encontra naquelas poucas gotas que sobram no fundo do copo. Exteriorização da vontade da alma geralmente são falsas e totalmente eficazes, eficazmente despistam os olhares de quem gosta de cuidar da vida alheia. Perseguimos respostas tropeçando em certezas incertas. A corda que nos eleva é a mesma que se enrola em nosso pescoço diariamente. Fragilmente fingimos que somos fortes. Nossas atitudes cada vez mais refletem o quão grandioso é nosso interior, grande vácuo.
Não há reflexões que valham a pena serem postas em palavras (mal)ditas, nossa mente estagnou há tempos. O homem limitou sua maneira de pensar fingindo fazer revoluções internas, fingindo ser mais inteligente que amebas. Todo nosso potencial é demonstrado em conversas casuais com estranhos, em análises de novelas das oito. Demonstramos nosso afeto com abraços falsos e sorrisos tortos. Estamos eternamente e internamente afetados, desfigurados.