VIOLINOS
A chuva veio em meu rosto e de repente eu acordei
No soturno dia em que tu me deixaste
Porque eu mesma havia pedido
Longe de mim não podes mais me machucar
Estou me lavando das amarguras sob a chuva torrencial
Esfrego minha face e escuto a música do vento
Lá onde meu coração realmente esteve tão ligado a você... no passado
Cheguei a adivinhar seus pensamentos
Quando eu vinha correndo do trabalho
Trazendo na bolsa algo que desejasses saborear, e eu acertava
A sintonia agora não existe mais...
Ela vem com o amor, e não com a discórdia
Sentada na calçada nua e fria da madrugada
Pensei em permanecer na sarjeta para sempre
Pois havia perdido o seu amor...
Ou foi você quem perdeu o meu?
Ah, quando os violinos tocavam nas belas noites de amor que tivemos
A chuva continua a lavar meu coração sangrento
A perda sempre é incômoda, dolorosa, insone e insana
A via-crúcis dos apaixonados...
Queremos a separação e quando ela acontece, espanca a alma
Açoita a mente
Corremos, paramos, choramos... O que fazer?
Nocauteados pela dor de algo que nunca mais será...
Olho para as paredes nuas, um dia elas contemplaram nossos sorrisos
A música que tocava nos domingos de casa cheia
As promessas...
... Agora você não pode mais me magoar...