VIOLINOS

A chuva veio em meu rosto e de repente eu acordei

No soturno dia em que tu me deixaste

Porque eu mesma havia pedido

Longe de mim não podes mais me machucar

Estou me lavando das amarguras sob a chuva torrencial

Esfrego minha face e escuto a música do vento

Lá onde meu coração realmente esteve tão ligado a você... no passado

Cheguei a adivinhar seus pensamentos

Quando eu vinha correndo do trabalho

Trazendo na bolsa algo que desejasses saborear, e eu acertava

A sintonia agora não existe mais...

Ela vem com o amor, e não com a discórdia

Sentada na calçada nua e fria da madrugada

Pensei em permanecer na sarjeta para sempre

Pois havia perdido o seu amor...

Ou foi você quem perdeu o meu?

Ah, quando os violinos tocavam nas belas noites de amor que tivemos

A chuva continua a lavar meu coração sangrento

A perda sempre é incômoda, dolorosa, insone e insana

A via-crúcis dos apaixonados...

Queremos a separação e quando ela acontece, espanca a alma

Açoita a mente

Corremos, paramos, choramos... O que fazer?

Nocauteados pela dor de algo que nunca mais será...

Olho para as paredes nuas, um dia elas contemplaram nossos sorrisos

A música que tocava nos domingos de casa cheia

As promessas...

... Agora você não pode mais me magoar...

JANA CRAVO
Enviado por JANA CRAVO em 21/09/2010
Código do texto: T2511786
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.