Humanidade carecida de reflexão
Humanidade carecida de reflexão
Ora, o que dizer às pessoas que se fecham em conchas hirtas
e depois vão gritar que o Mundo não as aceita?
E àquelas, confinadas ao passado sombriamente ido,
desapercebidas que amanheceres são botões
se abrindo para o reflorestamento d’alma?
Ainda aos impassíveis ao sorriso da flor,
achando-a corriqueira,
não escutando nela a voz de Deus
e seu recado de alegria?
Tanto a dizer a quem às amarras se unge,
depois lastima e padece crendo
e se convencendo firmemente
que o Mundo de fora são suas algemas!
E às almas cujas mentes não exercitam,
desvalorizando os dons divinos herdados,
sem se saberem libertas ao nascer,
que buscam a liberdade nos excessos descabidos
e só colhem decepções e desalentos?
Se as pessoas têm:
- alma para viver, cismar e sonhar...
- o Mundo de todos os jeitos,
tempos, rumos, cores, sabores, sons...
- irmãos diuturnamente para
cumpliciarem quaisquer instantes...
- raciocínio e livre arbítrio para melhor
se aprazerem na direção dos bons Sentimentos...
- sensações antagônicas de sofrer e gozar,
amar e odiar, apaziguar e matar,
criar e estagnar, agradecer e menosprezar...
Ora, o que lhes falta então?
A fé que não abraçam,
a tolerância que não buscam aprender,
afinar os sentidos ao Essencial – que é Deus em si próprios morando,
a solidariedade que preterem pelo ego nefasto,
humildade de nada se serem comungando com todo Universo,
não mais sendo apenas “Eu” e sim “Todos”.
A humanidade carecida de ir ao pó,
há que renascer remodelada e reflorescida,
melhorando e revitalizando-se e sua casa doente:
O Mundo.
Santos-SP-08/09/2006