É Preciso ter Fé
A melodia do vento
Parece mais um lamento
E essa chuva que não quer parar
Vai trazendo enxurradas
De águas passadas - paradas
Num redemoinho de dores – dissabores
Nessa ansiedade maldita
Quantas palavras não ditas
Deságuam por ralos
Nestas noites insones!
Entre café, caneta e papel
Sustento meu ego – ferido
Risco linhas com narração sucinta
Não pretendo que me entendas
Para que por piedade não mintas
Tentando em vão remediar
Estas dores que são minhas
Deixa-me aqui – quieta
Pois solitária espero
Estrelas surgirem neste céu
Onde taças de absinto derramam-se
Embriagando meu falso sorriso
Para a manha que se aproxima
Mais um dia em preto e branco...
Entre preces e pranto...
Esses temporais hão de passar
Uma estrela há de brilhar neste céu
E todo sentimento de dor será extinto
Porque é de fé que meu ser está faminto
Preciso desesperadamente acreditar
Que o tempo vai ser generoso
Que de mãos dadas estaremos
Até o limite dos teus esforços
Onde a vida será tragada
Em tempo certo – deserto -
Khayssa
30/04/2010