É um ajuste fino...

Quem nos controla?
A mente, eu digo.

Faz viver e faz morrer.
Faz acontecer e faz desistir.
Como acompanhar a bola caindo se são seus olhos que caem de sono?
Como fazer contas quando essa avaliação é um faz de contas?
Como deixar fluir a criatividade se o trânsito te impede de fluir?
E a barriga vazia das crianças no jornal só servem para tirar sua fome.
Carregar muitas pessoas é prova de força. Mas a responsabilidade só faz as pernas cederem.
Se não há um próximo corredor, de nada adianta passar o bastão.
A linha de chegada fica tão longe quanto a linha do horizonte. E você desacelera antes da segunda etapa.

Piscar os olhos. Limpar as córneas.
Todos os planos estão em seu campo de visão, mas todos se embaçam quando um deles você focar.

O calor está flutuando no céu, constante, mas o vento lhe tateia ainda mais.
As duas mãos ocupadas, trabalhando, e mesmo assim os ouvidos ouvem a música nitidamente.
Quando as costas se curvam para o cansaço, é o braço amigo que você sente te levantando.
O mundo parece parado. Até que que uma dança te pegue e nunca mais te deixe parar.
Você está sozinho. Até que resolva enxergar os outros.



E se meus textos fossem retrabalhados?

Seriam a sobreposição de 2 focos

(texto de Guilherme Samprogna Mohor - 25 de fevereiro de 2010
http://anewbrasil.wordpress.com )