DEVANEIO QUASE FILOSÓFICO
A fundamentalidade do infundamental é o produto da verdade que não se considera absoluta. Por isso, elevar a verdade ao mais alto grau, e colocá-la numa torre de marfim ou trancafiá-la numa gaiola de ouro, é
cometer dois erros. O primeiro, não considerar que a verdade não passa de uma convenção, isto é, pressupõe a imposição de uma ética a serviço de um grupo ou ethos de uma época. O segundo, consequente do primeiro, é que nega a transitoriedade do tempo, imutável e contínuo, ou seja, ele passa independente dos homens ou das épocas e assim não se pereniza.
Então, admitido que assim é, a fundamentalidade do infundamental resulta da premissa que nada é fundamental quando se quer, com isso, uma perenidade que não se sustenta. Pois, nem a mais bem construída fortaleza resiste à erosão.
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