___AMOR DE MENTIRA___
O que determina a união de dois seres não é somente
o fato de haver amor.
Quantas vezes nos aquietamos após a conquista.
Quantas vezes deixamos a gentileza, o olhar confortante
e o sorriso convidativo pela fisionomia apática.
Ficamos a espera delegando o que poderiamos fazer por
nós mesmos.
E de repente o beijo se torna funcional, a sedução tática
de se obter algo em troca.
Seria tão bom se mantivessemos a chama do beijo febril,
do toque revelador.
Mas nos ocupamos com pequenas coisas e deixamos algo
bom diluir no monotonia diaria.
E quando nos damos por nós descobrimos que nada mais esta
no lugar, sem questionar aonde estivemos para tal situação
acontecer.
De repente se naquelas tempestades tivessemos dito coisas
boas, talvez teriamos salvado algo.
Porém, nada doe mais que a obrigação de sorrir quando por
dentro sangramos.
E se um dia o amor acontecer de novo, de novo falharemos
porque delegamos muito ao outro o que poderiamos fazer por
nós mesmo.
Por isso preciso me reecontrar, curar estas feridas, ouvir meus
sentimentos e compreende-los.
A solidão não é ruin, quando já convivemos com ela numa viven-
cia a dois.
Ruim é querer mudar e ser coagida e persistir por uma emoção
corrosiva.
Que irroneamente teimamos denominar amor.
Mas, não somos valentes, nem corajosos, somos falhos e fracos.
Seguindo na mesma estrada e cada qual convivendo com sua
felicidade fabricada.
Morgana Glaciotto