A Mentira
Na maioria das vezes a palavra mentira tem, intrínseco, um sentindo pejorativo; confundida, assim, como causa de brigas, descontentamentos e outros empecilhos ao bom convívio da sociedade. Porém, muitas vezes, ela é benéfica para o ser humano e evita as moléstias psicológicas que poderiam ser causadas pela cruel realidade em que vivemos.
Nossa vida é baseada em ''mentiras'' que tentamos transformar em verdades para que consigamos conviver com nossos medos. Exemplos dissos são: a religiosidade, a idealização do ser amado, a fé no sobrenatural, a divinização do amor, a crença na vida pós-morte. Todas estas coisas são mecanismos de defesa que a própria evolução nos deu para melhor convivermos com a razão. Vivemos como se tais coisas fossem reais, apenas porque queremos que sejam.
O ser humano vive mais a mentira do que a realidade. Grande parte vive pensando nas recompensas do pós-morte ou fechado em suas próprias opiniões pessoais; sempre protegendo, devidamente, suas ''bengalas psicológicas''.
Quando criança sofremos. Depois, quando adolescentes, desejamos ser crianças novamente, justamente por sofrermos também nesta época. Quando enfim, chegamos, à fase adulta desejamos nos tornar adolescentes novamente. Este tipo de fantasia retrospectiva é mais um mecanismo de defesa do cérebro para suportar a realidade, já que nem a infância, nem a adolescência, nem a fase adulta é melhor ou pior; apenas tornamos o passado ''melhor'' mentindo para nós mesmos.
Assim, concluí-se que a mentira é essencial para nossas vidas, mais importante até que a verdade.