[eu não sei o que acontece comigo]
Agora eu choro, mesmo que não escorram lágrimas dos meus olhos, eu choro. Se isso é pranto... chorar, eu não choro, mas adoeço por prazer e descontentamento. Fico tenso ao vivenciar o medo, a perda, exclusivamente do sentido que codificamos em tudo. Porque o esquecimento é faca que fere a carne de um homem imaturo que deseja a maturação para aceitação homônima e harmonização com seu meio.
Certos modos e olhares não são de contemplação, nem simplesmente pena, enfim, poderão servir mistérios a quem tem fome ou consolo... um choro é uma função musical em que um pequeno conjunto de flauta, violão, cavaquinho, pandeiro, executa valsas, sambas... marchas, talvez pranto... sonho... desespero...
Eu não sei o que acontece comigo, porque agora eu não tenho medo, só vazio e desjejum nocivo à minha carne. E os meus defeitos equivalem a água que bebo, as palavras que escrevo, bem-estar que insisto reter aqui... dentro, denso, no meio de mim. Um fenômeno: emaranhado de micro-existências a implodir perfiladas no meu fêmur... têmpora, íris, sulco, bíceps... e eu nem sei o que acontece comigo, nem sei, nem sei, não sei.