Eu sou mãe!
Ah meu Deus, perdi o chão que eu pisava.
Meus pulmões não respiram e o ar está pesado.
Sinto muito frio nos pés e meu estômago está gelado.
Esta noite tive um sono agitado e acordei várias vezes delirando.
Se eu bebi? Não. Não bebo e não fumo.
Também não matei e não roubei.
Apenas amo demais e esse amor tornou-me escrava de mim mesma.
Não é o amor carnal de homem e mulher que me açoita, e sim o amor maternal que me abala. Amo além das minhas forças e da minha dignidade. Os limites ficam abaixo da minha condição de "Ser mãe".
Senhor, escrevo para desabafar. Para enovelar meus pensamentos com o mundo. Escrevo para que minhas palavras voem mais alto que o infinito e traga-me respostas do além do além. Escrevo para que meus pensamentos deitem nas calçadas e sejam açoitados pelo vento. Cansados descansarão em paz na penumbra das madrugadas frias, e eu poderei dormir e não pensar e assim, decidir o que fazer com a minha vida.