Eu sou mãe!

Ah meu Deus, perdi o chão que eu pisava.

Meus pulmões não respiram e o ar está pesado.

Sinto muito frio nos pés e meu estômago está gelado.

Esta noite tive um sono agitado e acordei várias vezes delirando.

Se eu bebi? Não. Não bebo e não fumo.

Também não matei e não roubei.

Apenas amo demais e esse amor tornou-me escrava de mim mesma.

Não é o amor carnal de homem e mulher que me açoita, e sim o amor maternal que me abala. Amo além das minhas forças e da minha dignidade. Os limites ficam abaixo da minha condição de "Ser mãe".

Senhor, escrevo para desabafar. Para enovelar meus pensamentos com o mundo. Escrevo para que minhas palavras voem mais alto que o infinito e traga-me respostas do além do além. Escrevo para que meus pensamentos deitem nas calçadas e sejam açoitados pelo vento. Cansados descansarão em paz na penumbra das madrugadas frias, e eu poderei dormir e não pensar e assim, decidir o que fazer com a minha vida.

SILVIA TREVISANI
Enviado por SILVIA TREVISANI em 18/06/2009
Reeditado em 18/06/2009
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