O vazio entre as pessoas

Sabe eu estava aqui pensando sobre como por vezes conhecemos pessoas e não temos a menor ideia de quem seriam elas.

Ex; ontem eu estava no shooping para trocar um dvd (filme) que estava com defeito, encontrei uma pessoa que trabalha na loja que trabalhei, ela é a gerente da loja, tomamos um café falamos sobre essas dificuldades corriqueiras que esta moldando nossa sociedade, tais como inversao de funçoes, desvalorizaçao do ser humano e tal, falamos um pouco sobre como esta tao dificil existir.

Percebi que a uns 10 anos conheço ela, mas, não sei por que ela gosta de correr, nunca soube por que de nada e que na realidade nem sei quem ela é. Indo mais além percebi que não sei nada de absolutamente ninguem porque assim como a maioria das pessoas só sei dos outros aquilo que me interessa.

Eu estava ali sentado em minha casa pensando em como é tudo descartavel, de certa forma conhecemos não pessoas mas as partes que nos interessa.

Baseado nessa ideia primaria não me surpreende o fato de muitos relacionamentos se desconstruirem hoje, pessoas não se relacionam com pessoas, relacionam-se com a parte que lhes interessa. Quando a relaçao esvai-se é por que a parte que interessava ou nunca existiu ou exauriu.

Esse foi um momento particular onde eu jamais havia pensado nessa parte de nossas vazias vidas onde não conhecemos ninguem , não somos parte de nada, não representamos um grupo ou sociedade.

A sociedade esta ruida pelo fato de a indiferença ser reinante entre nós.

As vezes estou falando com alguém que tem problemas (seja quais forem) minha atenção vai ate o nivel de respeito que tenho pela mesma, porém mais que imediatamente esqueço-me completamente daquela conversa afinal é descartavel assim como tudo o que me aborrece ou simplesmente não interessa.

Parece que o tempo e a vida cheia de coisas ilusoriamente cheias tem nos feito cada vez mais vazios e dependentes de nosso microuniverso tecnologico de nossa sala.

Isso não é moderno como consequencia disso somos uma sociedade cheia de um imenso vazio que parece mais um abismo que nos consome nos torna indiferentes e semelhantes a sociedade romana que obtia seu prazer exclusivamente na banalidade.