Vales da incerteza
Assim como o coração faz do ser humano um individuo maleável e fácil de abarcar com a fúria da paixão, bem soubesse a virtude dessa ilusão, seriamos seres inimagináveis com grandes capacidades para entender o que a decepção dos amores não consegue filtrar no entendimento. Fatais, seriamos se o sentimento fosse órfão, se esse vilão dos momentos alegres transformasse a alegria em magia para soletrar com as palavras o que o coração não souber soletrar com a pulsação da essência que brota na chama ardente da consagração maior.
Como falar essas palavras se o que tenho, apenas, são míseros punhados de sofrimentos para alastrar no meu firmamento? Parece até uma brincadeira falar com essa entonação e de quebra tentar colocar no meu direcionamento um futuro correto para diminuir meu sofrimento e/ou fazer valer o que a vida me der, mas com a cautela do bom ouvinte que já levou muitos tombos. A necessidade de crescer vem logo atrás da necessidade de se relacionar - pode até está errada essa manifestação - mas a verdade é que aqui é minha forma de colocar para fora tudo o que fica entalado no fim do meu pensamento, na forma de interpretação crítica.
Ta um pouco difícil mensurar a minha fragilidade, embora seja necessária faiscar do meu intimo tudo o que eu puder para deduzir entre vários pensamentos os lamentos da fixação e do entrosamento da vida parecida. Triste acordo com a manipulação, manipulação da incerteza, essa velha festeira do alento, velha sorte da raiva que de tanto me derrubar acabo ficando conhecido pelo não desistir. Viva essa minha atitude! Dou glórias a meu Deus por me dar essa força incalculável de saber pensar, às vezes penso mais que o formidável, pondo em risco minha lucidez, ficado na dúvida ou forasteiro do talvez.
Sempre nego a timidez para ser maior que meus medos, para ser extremamente forte, por sua vez, atropelado acabo ficando, o atropelo se dá pelo simples decreto do agora que me deixa ansioso, do futuro que me deixa temeroso, da sorte que não acredito. São tantas coisas que me fazem negar a timidez, são tantos fomentos que me fazem sentir o que deveria apenas aplaudir, aplaudir por fazer parte do seleto rol de vencedores, pois sair do anonimato como se nunca tivesse existido na face dessa terra que tem lugares lindos. Foi minha primeira videira a plantar nesse chão de desenvolvimento e se assim me fiz, quero que saibam que assim vou crescer, que assim vou sussurrar para as colinas do ‘ser’ ou para o altar do desenvolver sem fronteiras, feliz amor que brota nesse pobre homem, pobre de tantos defeitos, defeitos por ser teimoso, teimoso por querer sempre mais, mas devo saber a hora exata de parar, se não vou acabar freando nos vales das lamentações.