Álvaro de Campos

Álvaro de Campos

(Simplificação do retrato imaginado de Álvaro de Campos. Esboço de Cristiano Sardinha.)
 
«Escrito Num Livro Abandonado em Viagem
 
«Venho dos lados de Beja.
Vou para o meio de Lisboa.
Não trago nada e não acharei nada.
Tenho o cansaço antecipado do que não acharei,
E a saudade que sinto não é nem no passado nem no futuro.
Deixo escrita neste livro a imagem do meu desígnio morto:
Fui, como ervas, e não me arrancaram.»
 
Estou de pousio!!! …de Alqueva…
Esta citação de Álvaro de Campos serve para explicar um pouco o meu (provisório?) afastamento que explico na abertura da Página do escritor…
 
Cito ainda da Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lvaro_de_Campos
 
Álvaro de Campos (1890 - 1935) é um dos heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Este fez uma biografia para cada um dos seus heterónimos e declarou assim que Álvaro de Campos : «Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inactividade.»
Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo. Pessoa disse também em relação a este heterónimo que:
«Eu fingi que estudei engenharia.
Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda. Meu coração é uma avozinha que anda Pedindo esmolas às portas da alegria.»
 
Aliás, recorrendo ao meu baú de recordações, lembro-me, muito jovem ainda, de ter ido ao dicionário verificar o que significava um dos meus apelidos de família – RABAÇA – (cito de cor): «Planta… parasita, que só se desenvolve encostada a outras plantas…» …e depois das explicações científicas acrescenta: «pop. Pessoa desengraçada; pessoa desajeitada, madraça ou vagarosa.» «fig. Pessoa insípida, sem encanto, desajeitada.»