Bela adormecida.

Pelo resto da minha breve vida, eu espero acordar e vê-la.

É uma das visões mais lindas que eu jamais imaginei existir.

É como se ainda houvesse lírios em seus cabelos,

exatamente como no dia que a conhecí.

Sua pele faz lembrar as nuvens brancas e macias dos mais lindos dias de sol.

Perdí as contas de quantas vezes, ao beijá-la o rosto, lambí os lábios à êsmo,

à procura de algum tipo de sabor adocicado que justificasse seu cheiro, sua maciês, sua cor.

Seus olhos fechados, calmos, lembram aqueles pequenos botões de rosas,

prestes a desabrochar pela primeira vez, ao primeiro raio de sol.

Seu hálito quente, quando suspira, se parece com a brisa calma da praia ao final de tarde.

Às vezes, em meio à sonhos alegres, você sorrí. Eu sempre me pergunto o que está vendo,

se eu estaria meramente presente nesses teus cenários insconsciêntes.

Eu fecharia os olhos só para sentir seu sopro, e seu cheiro, e ouvi-la sorrir...

Mas se eu perdesse um movimento, um cair de mechas em seu rosto,

um entreabrir de lábios... Não sei se poderia, um dia, me perdoar.