Olhos
Estes olhos me perseguem. Estão por toda parte.
Lembro da primeira vez que os vi. Ali, fitando-me daquela forma única.
São olhos que em um instante choram, sem explicar por quê, apenas choram.
Mas, no instante seguinte, transmitem a felicidade, como uma criança ao ganhar um presente.
E depois de momentos, antes inimagináveis, agora os vejo sempre, mesmo eles estando longe.
No trânsito, no trabalho, em casa, deitado antes de dormir.
São olhos difíceis de se descrever.
Sinceros e duvidosos.
Infantis e maduros.
Escuros e claros.
Não consigo interpretá-los.
A cor? É própria deles. Nada tem a cor deles.
Parece que esta cor foi criada exclusivamente para eles.
Estão sempre lá.
Apesar de eu saber que posso nunca mais voltar a vê-los realmente.