Silêncio
A ultima gota da verdade irá se fazer presente após o distanciamento de qualquer tipo de comunicação, assim se faz a resposta perfeita para o tom do coração que bate em dom maior e após muitas batidas amenas prefere calar-se agora em vez de ficar a gritar sem sons só para ver se a intenção do pensamento alheio é conivente com a sensibilidade que há em mim. Agora, mesmo na dor, fico parado esperando o coração fazer mais barulho que qualquer outra coisa, por outro lado, necessito dessa paz, necessito de respostas que tanto anseiam minha dúvida e a revoado do meu espírito só irá sair na direção do sul se minha alma cultivar carta branca para esse momento.
O barulho que trafegou em meados de dois instantes fotografou no equilíbrio do pensar sagrado entre dois mundos diferentes, mas que de tanta sintonia acabou deslizando as sobras das geleiras que pingara de uma montanha de gelo com o calor de dois corpos em pleno amor. Pingos de alegrias, madrugadas frias, o suor a brilhar na imensidão da pele esticada com o músculo da necessidade em pleno desejo de aglomeração, nenhum som é preciso, nada de nada faz valer o olhar que diz tudo, o abraço que dialoga com o sentimento e a lagrima que dá adeus sem querer que seja a ultima vez.
Palavras não são necessárias na sintonia perfeita do dueto do coração, abraçados por uma causa justa e assolados por a distância que percorre duas terras deflagradas no desespero da solidão, aqui ou ali, meu olhar não tem foco, entretanto, o único alcance que compadeço de minha córnea é a sede que meus olhos fazem enxergar água num asfalto quente, de tantos graus de temperatura e na dose da dor meus pés dizem não sentir qualquer pontada do destino, se é que esse anfitrião tem uma passagem comprada para esse pensador, ou melhor, sonhador de instantes que não podem ser vividos na realidade.
Enfim, não adianta quebrar a luz que clareou meu terreno com tamanha exatidão, não vai me fazer voltar atrás e desfazer tudo o que houve só para não perceber a dor outra vez em minha partícula de sentimento, o que devo fazer nesse exato momento é me calar por uns dias, por uns meses, por uns anos ou pela vida toda, se minha língua não tem mais espaço para trafegar em lubrificações de saliva alheia é pelo simples fato de ficar aqui só escutando minha respiração ofegar no meu peito e a dilatação que conduzir durante um tempo será a medida perfeita de dizer que logo ali mora a satisfação de pouco tempo, mas que durou uma vida inteira.