Fruta de longe
Ha pouco tempo eu provei uma fruta de longe, senti o gosto do néctar que expelia o sabor de natureza vida e a essência que brota da semente fertilizou no degustador um recado da necessidade e da sensibilidade. Achei que não foi legal sentir o gosto de algo por algumas vezes apenas e depois nunca mais sentir nos lábios a maciez de sua carne aveludada e cheirosa que mais parecia um pêssego de tão delicada.
Contudo, outra opinião eu tirei, penso que é melhor provar algo saboroso algumas vezes do que nunca, penso que a necessidade que fica é como um sonho na estrada que devo percorrer e que um dia posso desenvolver a mesma habilidade de fincar os dentes na pele sensível da fruta de longe só para saber se o que aconteceu foi mesmo real ou apenas um sonho, de muitos outros, que minha imaginação aflora.
Saber conter a vontade é mesmo uma dádiva e como tal percorrendo os lugares mais distintos do querer sabemos que a desilusão do retrocesso dói demais e em alguns casos, com sofrimento no passado, não fica nada para registrar no relento o que o vento levou e assim fica a memória livre de qualquer imagem desgovernada na soletração do invocado desejo de ser natural, centro da vontade incondicional no que se refere a degustar coisas deliciosas e difíceis de achar por ser única.
A destreza do momento diz que tenho que conviver com o gosto mais doce que minha língua já provou que minha alibido já tenha ajustado na mente e na carne pela sede que o doce deixou e vários outros movimentos da eventualidade humana. Sair de um exercício de sentimentalismo pela natureza viva é simplesmente uma experiência única e proveitosa, mas de acordo com os parceiros da dor o sabor é mais forte que o calor e, assim sendo, vivo com vento na consciência 24 horas para ver se o suor que sai de meu corpo não vira destruição da minha juventude e sim um instrumento de permanecer jovem para, quem sabe, encontrar um dia a fruta de longe novamente.