VERSOS PARA CONSCIÊNCIAS ESCLARECIDAS

Penedos afundando-se, nas águas revoltosas

do mar, que, aos poucos, vai roubando terra

às águas, em suas marés derradeiras,

batendo persistentemente nas rochas,

desgastando-as invariavelmente, vão-se

afastando, cada vez mais, de seu ponto de

origem, levando pessoas a abandonar suas casas.

O mesmo acontece com os faróis, que, antes,

estavam bem afastados da costa,

vendo-se agora na eminência, de, pela mão do

homem, entrarem por cultivos abandonados,

até alcançarem uma boa distância, que os

proteja, da resistente progressão do mar,

de volta ao seu útil trabalho, de sempre.

Espuma como crinas de cavalo, galope de galgos,

não cessa seus intentos, roubada por

medonhos redemoinhos, que até os pássaros

marinhos, temem aí buscar seu peixe,

pela experiência vivida, de verem, muitos dos

seus, serem esmagados, contra a parede de granito,

que, só pela aparência, parece indestrutível.

Por ao longe se acharem, raras florestas, ainda

nos dão uma leve sensação de segurança,

e, por incrível, que pareça, roedores e pássaros,

em pequenos espaços, resgatados, pelas gentes,

das aldeias rurais, fazem aí suas casas,

enquanto uns cantam e outros, galhos,

após galhos, aperfeiçoam, seus belos ninhos.

Só quem trabalha arduamente a terra, de manhã

até à noite, sabe dar o valor devido à natureza, e,

o pouco, que lhe deixamos, para uma quase

impossível regeneração, por isso se preocupam,

por pouquíssimo que tenham, em cuidar das

árvores e dos animais, aí residentes, não entrando

em conflitos estúpidos, egoístas e desnecessários.

E, no cimo, de uma rocha negra, branca rosa,

se fez símbolo, de um novíssimo amanhã!

Jorge Humberto

19/12/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 20/12/2008
Código do texto: T1345598
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