Três momentos
A instância que separa o ar no toque do vento a respirar, sobras de desejo no relance do teu olhar fez agitado o corpo do trovador. Ideal visão na era moderna fraturando pensamentos em estilhaços de necessidade pura e trabalhada na sede da ocasião eis aqui avoantes dos flagelos retomados e escalados para não fugir do tormento. Vida doce, esperança prolongada e assim vivemos nessa estrada de desencontros e diagonais diferenciadas traçadas sem planejamento e o que pode transmitir? Sumir e agir para que o corpo sinta na pele a falta do sentido, não sei se dá certo.
Viver de sonhos é ilusão, viver o sonho é paixão e prolongar esse sonho é amor, calor que nunca se acaba e amarra mãos atadas na veracidade do encontro. Desencontro, nunca mais, aqui fica a paz no patamar da sensibilidade da viagem sem medo, ida sem vinda e catalogação do corpo na estrutura desestruturada pela surra da emoção em momento de pura excitação ou ao menos encostos nos olhares que se apalpam soltos sem temer o pior. Se é que existe o pior em situação desse tipo, se é que existe fragmento no alento da proximidade se um dia for retomado, a vontade recomeça, e se ela ainda não acabou, poxa vida! O sonho é real.
Brinquei muito de sorte, dizia eu que não existia, ainda penso que não existe para algumas ocasiões, mas dependendo do momento passo a encarar a sorte como uma vertente necessária e presente nos dias que vem e voltam numa rapidez sem igual. O que pensar se fui abalado em corpo inteiro pelo soar da iluminação em período de pura escuridão, sem a luz do sol, sem o segredo do farol passou-se a arrepiar na esquina verdade uma idéia simples ou solidez da saudade? Não tem respostas para ocasiões desiguais e assim respiro o ar que tenho a minha disposição para que um outro dia possa me ceder à vontade de sufocar o calor novamente.