Um sinal para respirar
O repouso da alma é uma virtude de poucos, daqueles que almejam uma vida tranqüila e espera a sensação bater na porta, mas antes que alguma coisa chegue aos arredores da casa não tem motivos para sofrer, apenas quarar o momento que em breve irá acontecer. Esse fragmento de pensamento é a virtude que paira na mente do poeta ou simplesmente alguém que quer ser escritor lapidando as palavras como se fosse uma pedra semipreciosa, porém, depois de alguns trabalhos manuais vira uma jóia muito valiosa.
O recanto do olhar diz muita coisa, sobretudo, aventurar-se nesse reflexo que aparece em alguns espaços de tempo numa vida comovida pela falta e essa fragilidade que paira na cabeça de alguém tira a luz do solo no caminho que faria a madrugada sorrir de alegria numa vontade de dizer à noite que ela é repleta de harmonia. A terra que brotou em meus pés e se fez poeira arrojada em meus passos num ritmo mais elevado na direção do encontro dos flancos numa estradinha escura de solidão e aventura.
A batida do coração faz o pouso no ar sem barulho, qualquer impacto é um estrondo numa sensação de medo e esperança, quem dera a vida possa refrescar minha angustia com o tempo futuro reciclando minha imaginação na verdade que recarrega uma carcaça sofrida. Vida bem vivida é um sonho que paira e acontece quando chega à hora, por ventura se esse for o descaminho freqüentarei a estrada sem véu só para divulgar ao sorriso solto que o autor da configuração de vários momentos chegou.
A debilidade do espírito se faz presente pelo recôncavo do acontecimento destroçar a freqüência da sensibilidade, não houve falha, nem adversidade, apenas caminhos que tomaram varedas diferentes. A palavra é um orgulho na direção singular, se é que minha visão tenha razão, se é que meu coração tenha emoção sem fim, o fim é a ultima argumentação do calor que se foi. Enfim descobrir se é verão amanhã é o mesmo que passear numa serra sem pedra escalando na areia solta e esperando o morro cair para tirar meu ar.