O Branco da Periferia

Salvador sempre foi o retrato da negritude no Brasil.Negritude estampada na pele,na cultura,no comportamento.Mas, há algumas décadas, a nossa realidade começa a mudar... Passava-se pelos bairros mais pobres e lá estava a maioria negra,proletária,que freqüentava as escolas públicas.

Hoje, a imagem da suburbana,da Liberdade,do Bairro da Paz,entre outros,mescla o negro,o mestiço e o branco. O visual chama a atenção!

O branco que sempre esteve do outro lado da sociedade ( a elite), agora convive com as dores dos problemas comuns aos lugares mais pobres:Esgoto a céu aberto,sujeira,falta de escolas de qualidade...

Mas, cabe a pergunta: De onde vem essa figura de pele clara,cabelos lisos e muitas vezes aloirado? A maioria faz parte de uma leva de nordestinos cearenses, que fugindo da seca em seu estado, vieram para a capital baiana trabalhar com o comércio de frutas e verduras nas feiras periféricas. Uma pequena parte vem de longe...região sul do Brasil...Pessoas que gostariam de melhorar de vida e decidem também fazer de Salvador a sua "casa".Geralmente empregados de outros sulistas,trabalham duramente, moram em bairros pobres e convivem com a violência que atinge os grandes centros urbanos.

As culturas se fundem e o forró divide espaço com o pagode das favelas soteropolitanas. O Rock ouvido em especial nos estados do sul do país ganham adeptos que teimam em sair às ruas calorentas da capital baiana vestindo preto. Os atabaques de candomblé dividem espaço com o piano das Igrejas evangélicas e os cânticos das missas.

A nossa periferia a cada dia acorda com uma fisionomia diferente...