Sem escolha
Sem escolha
Tão linda, tão meiga, tão pura
Uma fruta que não estava madura
Uma flor que apenas
começava a desabrochar.
Uma tristeza em seu olhar...
Um anseio, um desejo ,
a boneca de cabeceira
a vida? , apenas uma brincadeira..
Um sonho: crescer para trabalhar,
e os irmãos ajudar a criar
Uma explosão de sentimentos,
a fome,
a miséria ,
o sofrimento...
sem pai,
sem nome...
Mas, um animal feroz,
um homem vil, algoz,
vindo de outro lugar,
um forasteiro,
oferece-lhe tanto dinheiro,
fazendo-lhe mil promessas,
deixa a menina inquieta,
e ela começa a sonhar...
com o carro
com a casa...
com seu canto...
com o encanto
de se casar...
Mas o monstro é implacável!
Devora seu corpo impúbere,
inteiro,
sem clemência!
Deflora a sua alma.
Selvagem!
Roubando-lhe a inocência.
Hoje vive nas ruas,
Leiloando seu corpo,
nua,
de sentimentos e de sonhos!
Só precisa os irmãos sustentar!
Benvinda Palma