DEPRESSÃO
DEPRESSÃO
Todas as manhãs acordo,
Com uma sinfonia de pardais
Na minha janela. Cantam em bando,
Enlouquecidos, quase histericamente.
Estão anunciando que
Um novo dia já chegou. Já clareou.
Clareou?
Sei que o sol deve estar brilhando,
Que uma brisa suave está soprando.
As árvores estão acenando com suas folhagens.
Ameaçando seus ninhos?
Mas o meu coração está empedrado.
Está vazio, de sentir estas sutilezas.
Só vocês que vivem em harmonia,
Com a natureza, são capazes desta nobreza.
O meu ninho já se desprendeu numa
Ventania destas qualquer.
Mas com tanta insistência,
Decido abrir os olhos.
Sinto um vazio, um abismo à minha volta.
Estou sem programação.
DEPRESSÃO!