POBRE PAÍS
Há, em cada um de nós, um sentido de beleza,
que conseguimos descortinar, em tudo, que
cerca nossas vidas. Porém muitos cegaram, com
as ofertas fáceis e gratuitas, que se lhes oferece
televisão e midia, em geral, desvirtuando o que
tínhamos como belo, para ficarmos pelo
abstracto e pomposo.
Hoje tudo é instantâneo e reciclável, nada perdura,
nem nada sobrevive, à brutalidade do vendável.
Uma exposição de arte, hoje em dia, é execrável,
com seus quadros expostos, sem nada para
transmitir, a quem se dê ao prazer, de visitar uma.
Salve-se alguns pintores, que não pintam só para si,
mas para quem, queira passar uma bela tarde de arte.
Aqui também tenho de erguer meu pendão, a algumas
rádios, que, obstinadamente, passam música de seus
países, misturando, obviamente, com música de outros
continentes, pensando na diversidade, para os jovens.
Ao contrário de outras rádios «portuguesas», que
omitem, propositadamente, sua cultura e seus artistas,
que têm de andar por esse mundo, cantando suas raízes.
Poeta é um estrangeiro, em um outro país! Que não
há quem apoie os jovens, proporcionando-lhes
patrocínios e feitura de livros, que esmeradamente e
com tanto trabalho, vão escrevendo, na vã esperança,
de que um dia, alguém irá olhar (com olhos de ver) e
dizer «sim», ao seu árduo labor diário, sempre dando
o melhor de si, pensando novos caminhos, para o povo.
Vivemos de mentira, da facilidade omitida, no interior
de cada revista, por falsos jornalistas e colunistas,
vaidosos e desrespeitosos em tudo que escrevem,
alinhavando suas vontades, tornando-se, desde logo,
parciais e irresponsáveis, até para quem os possa ler.
Afirmam eles, que as pessoas têm direito à informação:
tudo bem. Quanto a mim, dispenso a mal educação.
Jorge Humberto
28/09/08