Morrer para viver

O ar está frio, gelado. Aos poucos, a mudança de uma vida, diante da lente dos olhos cansados dá lugar a uma janela, onde se presencia a vida. Aos poucos,sinto-a saindo do corpo em uma sintonia fina, meio que absurda, meio que divina.

O físico inerte. Algo inexplicável acontece. A alma flutua por segundos. A sensação de liberdade. Finalmente ela está sorrindo. O desespero em toda sua plenitude, proporciona a liberdade.

Imploro. Volta, preciso ficar. Não me deixe, por favor volte. Como um desafio, na leveza que ela foi, assim volta. Parece cansada. Busco entendê-la. Pergunto-me: porquê vive na ausência de mim?

Choro, choro porque preciso de ti. É necessário cumprir o programado. Não sei por quanto tempo vou agüentar esse vai e vem ,a dúvida implacável, vai voltar ou ficar?

Há uma esperança para esta pobre alma, que vive querendo fugir

deste corpo tão pouco vivido, às vezes perdido?

Encontra-se em sinergia, mistura vida com fantasia, no caminho da luz, em busca da sua missão cumprir. Há várias razões para ficar. Este pode não ser o lugar, mesmo assim aqui está para crescer, aprender e entender, que as vezes é preciso morrer, para viver. Quem sabe em outras vidas, no presente esquecido, no futuro tenha um presente surpreendente. Quisera assim dizer - na sua ausência, sobrevivi... Não posso dizer e jamais duvidar, que acada dia morro um pouco, viverei a cada dia para ti. Os desafios ao longo do caminho irá encontrar, a questão será sobreviver, sabendo que o dia de partir vai chegar. Antes porém , necessito de ti, para o caminho encontrar. Quando este dia chegar, devolver-te-ei a liberdade, preciso tê-la junto a mim, pois sem ti não sobreviverei.

O corpo, a alma, apenas um permanecerá, sendo assim, a matéria já não importará, a alma viverá sempre e por toda a eternidade.

Em outras vidas irei voltar, na certeza que a missão continuará.

Maria Mendes
Enviado por Maria Mendes em 15/09/2008
Reeditado em 16/09/2008
Código do texto: T1180010
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