Meu luto, provisório ou permanente?

O luto sempre foi uma tradição muito usada e largamente explorada, pela sociedade antiga e religiosa do Brasil. Tive sorte, de embora minha família tradicionalíssima, nunca impor aos adolescentes que a compunham o uso do luto e, como saí de casa muito jovem, este foi mais um dos costumes que jamais esteve presente em minha formação final. Respeito todos que ainda utilizam deste costume para homenagear aqueles que partem deixando uma lacuna em seus sentimentos, embora prefiro sempre o luto espiritual, a meu ver mais sincero. Mas não estou aqui para julgar ninguém, ou seja, o real objeto deste relato é dizer o porquê e por quem resolvi andar de luto por um tempo, que também não sei quanto durará, haja vista, não haver previsão da ressurreição do homenageado em questão.

Amigos, é com uma dor profunda que venho comunicar o falecimento precoce de um amigo muito apegado. Sim, apegado porque se dissesse íntimo, estaria contrariando muitos que têm mais apego ao mesmo, do que este que vos está falando no momento, momento este de muita tristeza por não ter conseguido dilatar ou até mesmo salvar sua vida, que para mim é de vital importância, pois que sua companhia embora não muito costumeira, é primordial ao meu convívio social e sua ausência não só tem me causado angústia, mas também alguns constrangimentos.

Senhores, senhoras e demais companheiros de uma vida até então sorridente e feliz, tenho o imenso pesar de comunicar-lhes o falecimento, precoce como já foi anunciado, por única incompetência minha e do sistema financeiro atual, de meu há muito, mas muito tempo inseparável, Salário. Pela primeira vez, este que costumava sobreviver, por mais de trinta dias, não conseguiu suportar a pressão e veio a falecer em menos de vinte dias de vida.

É por isso que peço a todos uma grande corrente de pensamentos forte, para que o mesmo ressuscite o mais rápido possível, mas que desta vez nasça fortificado e não pereça tão precoce.