O segredo do beijo

O sentir tem um interesse no gesto de retorcer a porta da boca a alcançar um sensorial toque de energia emocional no degustar de uma outra pessoa, de uma outra boca, ao percorrer todo o corpo, um calafrio arrepiante, surge na trocas de carinhos um suave desespero do céu jorrando chuva no sentido do gosto, que gosto, que química, o novelo do olhar desata até as amarras mais firmes como um punho assombrando a mão de outra pessoa com o frescor da sensibilidade.

A chuva que falai não se trata de ação da natureza e sim da natureza humana, onde delírios do pensamento fazem jorrar resquícios de saliva molhando a língua do par, que neste momento é o par perfeito, que feito foi este? Mais parece um efeito de estação do ano, digamos que o outono em primazia fomenta a sede desaguando no labirinto do querer um formatado gosto de dizer que foi solene o inesquecível toque do amor repentino ou atração recente, por ventura, se dizer que é paixão acreditarei sem demora.

Largar fluidos de desejo na boca de outra pessoa não é algo raro, raro é largar este mesmo sentimento no pensamento alheio sem derramar um punhado de sensação no ouvido que te preze o segredo de querer repetir a dose, na dose, no momento, questiona-se até o que deveria querer, pois, diante de tal fascinação gera o segredo da semente plantada em uma única forma de se expressar sem castrar a vontade e denominar o forasteiro da emoção.

Beije, abrace, encante, não dance sem antes saber que gosto tem um bom soluço da verdade... A razão pode até cutucar o seu coração, pode até fazer você dizer não, mas e daí? Vai constranger a sua vontade pela razão impressa na sociedade hipócrita, que nostalgia, que aflição, dizer não, só pela simples assimilação de muitos que só querem olhar para a vida alheia, prove a você que não convém, prove ao seu ego que esse gosto não a detém, não dificulte seu gosto pelo desgosto de alguém...

ZUKER
Enviado por ZUKER em 29/08/2008
Reeditado em 29/08/2008
Código do texto: T1152273
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