Estou muito Triste...
Estou triste...Muito triste...
Não entendo porque é que as pessoas em vez de se tornarem diferentes de exemplos que tiveram, se tornam piores?
Não entendo...E não aceito!
Crianças sem culpa...Ouvem o que não devem!
Porque não falam!
Falem!!!
Querem tornar uma criança inocente noutro adulto cheio de problemas?
Um adulto que só percebe quando bate em alguém?
Um adulto que não sabe falar?
Parem!
Por favor, parem!
Não façam isso, tenham noção do ridículo!
Aprendam com o passado, não o façam presente!!!
A criança não tem culpa...
Tal como eu não tive...
*************************************
O que sinto.................
Jeito de escrever
By Irene Lisboa
Não sei que diga.
E a quem o dizer?
Não sei que pense.
Nada jamais soube.
Nem de mim, nem dos outros.
Nem do tempo, do céu e da terra, das coisas...
Seja do que for ou do que fosse.
Não sei que diga, não sei que pense.
Oiço os ralos queixosos, arrastados.
Ralos serão?
Horas da noite.
Noite começada ou adiantada, noite.
Como é bonito escrever!
Com este longo aparo, bonitas as letras e o gesto - o jeito.
Ao acaso, sem âncora, vago no tempo.
No tempo vago...
Ele vago e eu sem amparo.
Piam pássaros, trespassam o luto do espaço, este sereno luto das
horas. Mortas!
E por mais não ter que relatar me cerro.
Expressão antiga, epistolar: me cerro.
Tão grato é o velho, inopinado e novo.
Me cerro!
Assim: uma das mãos no papel, dedos fincados,
solta a outra, de pena expectante.
Uma que agarra, a outra que espera...
Ó ilusão!
E tudo acabou, acaba.
Para quê a busca das coisas novas, à toa e à roda?
Silêncio.
Nem pássaros já, noite morta.
Me cerro.
Ó minha derradeira composição! Do não, do nem, do nada, da ausência e
solidão.
Da indiferença.
Quero eu que o seja! da indiferença ilimitada.
Noite vasta e contínua, caminha, caminha.
Alonga-te.
A ribeira acordou.
http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/Irene-Lisboa.htm#Textos%20Online