P A I X Ã O
Borboleta, borboleta. Que segredos terás para contar?
Cantarolava, sussurrando para uma borboleta que tinha ido pousar na janela.
Estava uma linda manhã de maio e os raios de sol começavam a entrar pela
janela, gentilmente acordando-me. Tão suave e quente.
Os olhos entreabriam-se de quando em quando e conseguia perceber a minha
"fiel" visitante. Nos últimos cinco dias uma linda borboleta amarela
costumava pousar na janela aberta.
Talvez apenas quisesse dizer bom dia. Talvez quisesse ser amiga. Nos seus
voos do dia a dia que segredos teria ela visto? Ela apenas sabia de um e ela
jazia ao meu lado na cama.
Cândida.
Cândida como o nome. Suave como seda e doce como um aroma a maçãs... quase
que acreditava que ela trazia o sol, convidava as borboletas a visitarem a
nossa janela e tornava as cores mais vivas. Virei-me para ela, ainda
ensonada e beijei-lhe o ombro nu. Apenas tinha a certeza que era feliz.
Ela voltou-se e beijou-me. Senti um arrepio pela espinha. Apeteceu-me fazer
amor, apeteceu-me beija-la, seduzi-la, possui-la, sentir... sentir o cheiro
da sua carne.
- Eu conheço esse olhar. - Disse ela meio a sorrir.
- Que olhar? - Respondi com uma falsa inocência enquanto com uma mão eu
descia lentamente o lençol por cima dela. Ela deteve a minha mão por cima da
sua cintura. Ela poderia ser minha mas teria de o provar em combate.
Aproximei os meus lábios dela e beijei-a. Não a beijei directamente nos
lábios, mas sim à volta deles. Adorava sentir as diferentes texturas da pele
dela na minha língua e enquanto deslizava para o seu pescoço, os beijos
davam lugar a doces carícias e leves lambidelas. Eu agora abraçava-a e
entrelaçávamos as pernas. As nossas mãos aventureiras, percorriam lugares escondidos, lugares quentes e húmidos. Cada olhar era um sim, um acordar de sensações. Ela prendeu-me as pernas e numa reviravolta estava por cima de mim. Percorria o meu peito com beijos, suspiros, o ambiente estava quente, fervilhava. Eu fervilhava. Entre doces beijos e pequenos gemidos de satisfação, fizemos amor. Fizemo-lo como nunca tínhamos feito, como nunca tínhamos sentido.
Suspirámos.
A experiência parecia sempre nova e no entanto. Sentia o seu corpo tremer de cada vez que a penetrava, o seu corpo gritava por mais. Cada gemido era um agradecimento, uma palavra de amor mudo. Os minutos passavam, mas não estávamos saciados, queríamos mais e mais e mais…
Sorri-lhe. O seu rosto mudava com a escuridão do quarto e os laivos de luz vindos da janela. Apenas consumíamos carne. Como a amava.
Os minutos, as horas passavam, e nós deitados ao lado um do outro ainda a saborear todos aquele momento. O dia estava convidativo, decidimos ficar por casa e aproveitar o sol á beira da piscina.
Á volta da piscina a borboleta voava, brilhava, largava o seu perfume. Enquanto a Rita fazia o pequeno almoço, eu brincava com a borboleta, corria com ela, atrás dela. Cheirava bem, pão fresco e café com leite. Fui colocar a toalha na mesa do jardim, e ajudei a Rita a trazer o pequeno almoço.
Trimmm…Trimmm…Trimmm…