M O R T E
Como fazer uma sombra respirar?
Os minutos são preciosos,
Mas nada agrava a memória.
Como respirar apenas?
Todos os caminhos são percorridos,
As buscas intensificam-se.
O incêndio continua a lavrar,
Chuva maldita que não cai.
Tranquilamente a morte vai chegando,
Num silêncio brusco.
Pela manhã a sensação é fria,
Os caminhos abrem-se para a passagem.
Encosto o rosto à terra,
Permaneço quieta a ouvir.
A relva cheira a jasmim,
Cheiros diferentes em cada inalação.
Pelos caminhos já percorridos,
A dor não amaina.
Continuo a pedir chuva,
Para calar o sofrimento.
Cada minuto é precioso,
Nesta vida de memórias apagadas.
Pelos caminhos da manhã,
Tento ter uma morte tranquila.