Será que tenho?

Muitos, ou até mesmo a grande maioria, acredita de uma forma ou de outra que tem um anjo da guarda. Eu, não sei bem o porque, estou deixando de acreditar no meu. É que, quando mais de uma força do mesmo eu preciso, mais sinto a sua ausência. Acreditando que nos momentos de paz e tranqüilidade quando não preciso da sua ajuda, o que para muitos é um grande erro, revolto-me, em meus momentos de aflição e clamando pelo mesmo, ele não me atende, ou seja, não sinto sua presença, revoltado passo a duvidar de sua existência. Mas, mesmo assim certo dia cravei com o mesmo, mentalmente, um diálogo até certo ponto interessante.

Dizia eu: Não sei porque ainda me dou ao trabalho de te invocar, mesmo sabendo que não passa de uma crença banal ainda enraizada em mim, por religiões que a muito não freqüento mais.

Afirmando ser ele: Invocaste-me tantas e tantas vezes que se não te respondo de imediato, já passa a pensar que não existo, mas sua própria consciência ainda me visualiza de vez em quando, não sei porque teima em me negar.

Talvez porque acho que meus sofrimentos tem prioridade e como não sou atendido de imediato, passo a não querer acreditar na sua existência.

Posso até não existir para você, mas se pudesse me ver, tomaria ciência de que sou eu quem mais suporta as dores a ti endereçadas.

É portanto nessas horas de lampejo que vejo a real necessidade de um anjo em nossas vidas. Quando criança, adolescente, temos pais para nos proteger, verdadeiros anjos da guarda a nos vigiar dia e noite, quando crescemos, o desmame nos torna vulneráveis ao ponto de passar a não mais acreditar em guardiões invisíveis, por estarmos minuto a minuto diante de perigos que antes não existia, daí a não aceitação de valores religiosos de tamanha importância. Espero que se tiver o privilégio de ter um desses anjos a me proteger, que ele perdoe minha ignorância.

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 01/07/2008
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