Conclusão

Acho essa coisa de ser humano tão fascinante que quase me identifico. Que olhares profundos e enigmáticos eles tem! Quase me convencem. Às vezes perco horas pensando, mas cada vez mais concluo que pensar é humano demais pra mim, e me desculpem os humanos, mas eu me identifico, não participo. Colocando em melhores termos, por vezes passo horas concluindo e só vejo que me não me falta nada além do pouco que me falta. Concluí que isso poderia ser muito confuso, mas confusão é algo muito humano e deixei assim mesmo. Então, já que as coisas giram em torno deles, resolvi concluir sobre humanos. Perda de tempo! São ambíguos demais para que se conclua algo acerca. Por vezes tão amáveis e em outras tão cruéis, capazes até de amar e de destruir amores. Seres humanos são também engraçados, descumprem promessas que acabaram de fazer: Prometem não chorar quase aos prantos, dizem que amam perto do fim e prometem não te cobrar minutos antes de exigir presença.

Concluir demais fez minha cabeça doer, mas logo concluo que dor é algo muito humano e me convenço de que é apenas algo estranho em minha cabeça. Concluo que convencer é uma arte muito humana e resolvo não concluir, afinal de contas, resolver não é algo muito humano. Mas não concluir é! Então concluo que não quero concluir sobre isso. E nem sobre mais nada. E cansar-me é uma das poucas coisas que tenho em comum com os humanos. Cansei deles, não me identifico mais.

Concluí que me canso de resolver tudo. Não concluo mais nada, mas só por hoje! Não quero parecer assim tão humano.

Vinícius Lima
Enviado por Vinícius Lima em 02/06/2008
Código do texto: T1016730
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