Sexta Feira
Magôo-me em ver que perco meu tempo pensando em coisas sem sentido.
Ficando nervosa sem motivos, e descontando minha raiva nos mais inocentes. Sinto-me insegura em ver o mundo acabando e não poder fazer nada.
Vejo as pessoas morrendo e não faço nada.
O meu egoísmo é maior do que o seu, julgo-te tanto e não vejo meus erros.
Comendo uma cocada que uma amiga me presenteou, vi que pequenos gestos de carinho e atenção podem mudar um dia de uma pessoa, e uma palavra falada sem pensar pode acabar com uma vida.
Me atrasei para o ônibus de propósito, só para cultivar uma amizade que a alguns dias atrás estava murchando.
Câimbras no pé e dor nas coxas. Foi mais um dia estressante.
Uma autorização sem assinar, e uma cocada pela metade. Uma música chata no radio.
Banho sem tomar e uma cabeça conturbada de problemas que não tenho.
Uma cinza de cigarro em um dia frio.
Saudade de alguém distante e também de quem esta muito perto, mas falta um abraço.
As lagrimas secaram, não existem motivos para chorar.
Meus pensamentos estão cansados.
Um ciúme que por oração talvez tenha sido apagado.
Um livro sem término, e poesias tristes.
Dedos com frio, cama bagunçada.
Essa música que me lembra ele, já tem outro significado na minha vida. Ele também tem outro substantivo... no passado.
Mas ainda sonho com o beijo que não recebi, e com o abraço que devia ser mais demorado.
Uma cocada já no fim, e volto a pensamentos nostálgicos.
Como gosto dessa palavra, não sei se é pelo significado ou pela beleza do som e da junção das letras.
O enjôo que me consumia durante o dia, me faz cansada agora 20h48min, já devia ter tomado banho e estar jogando um jogo fútil no computador.
Mas parei pra escrever.
Procurar desabafar, fazer palavras dos meus sentimentos.
Uma semana normal. Tão chata quanto as outras, mas tão construtiva como a que passou.
A TV da sala esta ligada, minha irmã se perde em programas fúteis que a mídia introduz na minha casa. Talvez o motivo do vidro quebrado na porta.
E eu tentando desabafar nas teclas.
20h52min. A cocada acabando. Ela é melhor que um cigarro.
Se o seu escritor preferido escreve fumando, eu faço melhor: escrevo comendo.
Se eu não limpar logo, meu teclado poderá ficar empesteado de formigas.
Vou tomar meu banho, e jogar um jogo fútil.
Talvez eu mude minha vida amanhã, renove meus pensamentos e pare de esquentar a cabeça com coisas que não farão nenhuma diferença.
Vou ficar velha rápido, com dezesseis já penso assim, imagine com trinta.
Boa noite!
PS: comi o ultimo pedaço da cocada.