Um Grito de Liberdade!

Quando a vida passa diante dos nossos olhos em uma fração de segundos, e a vontade de se perder, de ir para um mundo sem volta, é maior do que continuar e enfrentar a tristeza e a angústia.

Sinto o fim bem próximo, o fim de uma história de pouca glória, de pouca luz, de uma história em que só um luta por todos e nunca é reconhecido, nem mesmo valorizado pelo que é. Egoísmo? Sim, posso ser bem egoísta em querer ser feliz para depois fazer o outro feliz, sou egoísta sim! Em querer crescer, em querer ser alguém melhor, nem que para isso eu deixe os problemas dos outros de lado para cuidar apenas dos meus.

Quero que me atirem pedras! Sou eu sim o pecador, o diferente, a ovelha negra em profecias apocalípticas, é por minha causa que o mundo, este mundo tão carente de paz e amor, está assim, mergulhado em guerra, discórdia, com papéis invertidos, onde pais matam filhos, onde filhos matam pais, onde a cada momento o valor, o caráter e a ética morrem por desuso. Sou eu o culpado disso tudo, culpado por ter nascido e ficar aqui, escondido atrás de uma máquina movida pela mente, em que amigos não existem fisicamente.

Sou eu o grande culpado pela desgraça alheia, culpado por ser diferente dos padrões sociais, por não ser o cristão perfeito, o bom samaritano que ajuda ao próximo, meu egoísmo de querer ser eu mesmo, corrói os valores sociais, e por isso, sou eu o culpado.

Sou culpado por sentir ódio, por sentir angústia, por querer simplesmente ser feliz...

É agora o momento de me crucificarem, já admiti que errei e que sou culpado pelo sofrimento alheio, só quero ter uma morte dolorosa para que isto sirva de exemplo a outros que desejem ser diferente, que desejem de coração ser alguém melhor, com riqueza, prosperidade, espiritualidade.

Onde estão os amigos que antes me apoiavam na causa única? Os poucos que restaram hoje são fantasmas que as vezes surgem em minha tela.

Quero mostrar ao mundo minha dor, a dor de ser eu mesmo, a dor de não ser reconhecido, a dor de não ser compreendido.

Não sou atlas mas carreguei por muito tempo, um mundo inteiro nas minhas costas, melhor seria, como dizia um grande compositor “ser filho da outra, outra realidade menos morta...” e assim seguirá a vida, com ou sem mim, o mundo não vai parar de girar, o mundo não vai deixar de produzir.

Deus? Religião? Que grande ilusão! Apenas inconsciência da verdade! Que mundo é este que ainda espera um messias de barbas dizendo para onde ir?! Já não basta saber o que fizemos? Não basta saber que o caminho não é este? Para o raio o cardume de seres que pensam como a massa! E que o diferente tenha sua vez num mundo tão perdido.

Ricardo Takaki
Enviado por Ricardo Takaki em 25/05/2008
Reeditado em 25/05/2008
Código do texto: T1004486
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