Chamado à Musa...

Oh inigualável Musa...

Cante para mim, para que eu saiba onde estás...

Mesmo estando no Olimpo, irei ao teu encontro...

Trilharei todo o Tártaro até encontrar a porta da morada dos Deuses...

Farei guerra com o próprio Ares pelo teu amor...

Recusarei o leito de Afrodite enquanto suspiro pela nossa paixão...

E ainda que Caronte me levasse na sua barca, eu sairia nadando na tua direção...

Mesmo nas estígias águas negras que fazem o Senhor do Trovão tremer, eu lutaria por ti...

Oh linda Musa...

Não me abandones nos campos elísios de felicidade indescritível, pois eu seria infinitamente mais feliz no hades desde que junto de ti...

Entoe a fúria do nosso amor para que nem mesmo a própria Éris consiga duvidar dos nossos sentimentos...

Suplique a Hermes que devolva o que mandaste roubar de meu peito, jamais precisaria mandar roubar o que já te pertence...

Fale daí de cima na tua morada que nem mesmo o radiante Apolo consegue ofuscar o nosso olhar...

Avise a gloriosa Ártemis que faremos morada na sua Lua de Prata....

Ordene a Hefestos que forje alianças que resistirão à essência do próprio Crono para nosso matrimônio...

Console o gentil Eros, que nunca sentiu o que sentimos e que nunca irá sentir nem mesmo pela sua amada Psique...

Oh amada e divina Musa...

Peça um conselho à sábia Atena sobre o que fazer de nossas centelhas...

Dê a missão aos heróis de me trazer a ambrosia que me igualará a ti e seremos felizes até o dia em que os imortais dormirão o sono da morte...

Indague a Prometeu a razão de seu sorriso só por desfrutarmos de algo maior do que o poder dos próprios imortais...

Reclame a Poseidon o título de maior força sobre o mundo dos mortais e imortais, pois o nosso amor é muito maior do que todo o oceano...

Deixe bem claro a Deméter que jamais plantará e jamais fará germinar nada que lembre o nosso amor...

Despeça-se de Hera e diga que não pertences mais aos imortais e que vais te unir a um mero mortal na eternidade...

E depois que acordar desse sonho inesquecível, pergunte às Moiras por que elas nos teceram como se fôssemos o dia e a noite...

Zéfiro
Enviado por Zéfiro em 18/01/2008
Código do texto: T821971