Tenho a sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro
Santíssimo Deus, és tu tudo o que me resta e és tudo. Santíssimo Deus, sou nada, não digo mais que não sou, ou assim sou, digo, pois, agora, sou nada. Santíssimo Deus, autor da lei, como perder-se no nada? Como perder-se em inexatidão? Como? Santíssimo Deus, és o todo e só em assim o ser, é e continuará a ser puro ato, és a potência total. Tudo o que existe e virá a existir és tu. Tudo o que existiu, também és tu. Ah santíssimo, três vezes santíssimo; lágrimas minhas escorrem em meu rosto. Deus meu, pai meu, eu não existo mais, tudo em mim foi perdido, como um filho ao perder-se do pai. Oh santíssimo, quantos simbolismos serão necessário para me lerem? Mas que lerem seria esse, se não sou? Senão, assim não serei a inexatidão sendo (sic), isto é, o nada. Serei, apenas, a inexatidão por si, a inexatidão a si mesma, o nada contínuo e contíguo a ti, senhor. Ao ser, santíssimo Deus, concluo no nada e isto é absurdo, porém, sendo nada, ao ser apenas o que é, perco-me, pois perder-me é encontrar-me. Assim pergunto-te, como hei de achar-me no nada? E repondo-me, apenas não o sendo...