Tudo jaz graça
Eu necessito tanto do teu amor. Necessito tanto da tua existência, como um ser vivo da água precisa. Eu sem a tua presença sou um vil pecador condenado a autodestruição, condenado a viver uma vida de blasfêmia, a um degredo por em não ser acreditar. Sou um miserável, oh pai, necessito tanto de ti. Sem ti nada importa e nada vale a pena. Aprecia minha obra, com um toque singelo de gratidão e ornamentos. Sou como que uma criança a ouvir tua voz. Sem ti Deus nada sou. Eu não sou nada, oh pai, pois sem ti não me sustento. Obrigado por responder meus pedidos de socorro, meus prantos em contorções de desespero. Ah altíssimo Deus, como um dia ousaram te matar? Mesmo que em aparência tudo se fizeste de antemão, outrora promessa sempre o foi e hoje que julgam nada mais fazer sentido, na mesma promessa repousam. Tal é a natureza humana. Como naquilo tudo que falaram ousaram e ousam acreditar? Em troca de ti negar, em troca de a ti negar, como? Ao ouvir tão belíssima e sublime melodia, em nostalgia recobro a consciência de quem um dia fui, deixei de ser e a ele retornarei, retornar-me-ei. Ah altíssimo e suprassumo amor, senhor, autor da lei, necessito tanto de ti. Não há um dia sequer que meu fôlego saia da minha boca sem tua permissão. A cada dia que percorro esta prisão, morro um pouco mais por dentro. Clamo, ah como clamo, a um dia de socorrer-me? Haverá um dia que a angústia não irá mais me oprimir, pois deste corpo irei desfazer-me. E, assim, não morrendo mais para ti, mas para mim estarei. Santíssimo Deus. Pai todo poderoso. Amém.