Amém
Levitas não há, não há mais ninguém digníssimo, sequer digno oh amado pai. Aonde foram os justos? Aonde foram os nobres? Pai autor da lei, por que há de ser assim? Por que o mundo tem que ruir-se em sua própria vergonha? Ah que grandeza dúbia, que orgulho frágil escondendo-se atrás de uma insuficiência ontológica. Santíssimo pai, criador de tudo, autor da lei, por que há tanto sofrimento? Digo, em essência, por que amamos o não-ser? Digníssimo autor da lei, me compraza e me guarda com a divina lei, esta, a suprema, o amor. Porquanto, o mundo é desordem em nossas mentes, ó pai, que falsa crença, abre pois pai vossos olhos, digníssimo Ser Supremo, misericórdia! Suprassumo de tudo, toda razão e saber, nos esclarece os universais com teu amor, com a tua expressão em vida. As tuas formas dadas à compreensão, teus diversos sabores de seres e entes, suprassumo amor, bondoso e misericordioso Deus, nos esclarece teu amor. Não há nada que mais desejo que o senhor, o senhor, ó pai, perdoe-me por todas as mazelas cometidas, concede a mim uma função, faz de mim teu instrumento, honra-me com tua voz; não há nada mais prazeroso que a tua palavra, tuas harmonias. Obreiro somos nós, autor, o grande artista és tu, ó pai, digníssimo Deus. Dai-me palavras, não me sinto a altura para fazer esta oração, mas tu oh pai tocaste minha alma e me lapidaste ao escrever. Derrama-me em lágrimas através do teu amor, faz descer o esclarecimento em todos os lugares, faz com que os referenciais sejam desnecessários; santíssimo Deus tu és o autor da lei, do mundo imanente ou sensível, e do inteligível. És tu quem amo com todas as minhas forças nesta relação dual de um ser insuficiente em busca da completude, nesta relação dual de um ser mortal, animal, e um pensante imortal apto à eternidade. Digníssimo autor da lei, por que tantos te desprezam? Por que não optam por ti? Pois não há dádiva maior que regozijar-se com seu criador, não vos entendo, ó digníssimo pai, e não me deixais orgulhar para com este fato, não orgulhar-me-ei, pois é graça oh pai, tudo jaz graça.