ORAÇÃO DOS NAMORADOS
Senhor! Os versos, as palavras, os atos, não atingem a essência do sentimento que o Senhor criou para nós. Uma das suas características é ter um segundo elemento ao nosso lado para que seja completa a química. Temos o amor fraterno, o amor materno, o amor terno, o amor global. Todos têm o seu significado, o seu objetivo de doação, o prazer de poder ajudar. Mas Senhor, o amor entre dois enamorados, não é um pouco diferente?
Veja bem, é uma saudade que às vezes machuca, mas também aproxima. É uma força maior que nos impulsiona, ora para o desespero, ora para a sublimação, ora para a realização da procura. Senhor, não é um amor diferente? É uma alegria tão grande em encontrá-la onde menos espero, é um carinho que chega numa hora tão necessária, é um beijo que apazigua o meu instinto de animal acuado, é um abraço que me fortalece, quando estava prestes a sucumbir. Talvez seja uma variante do amor que o Senhor soube tão bem doar à nós, seres humanos. Senhor, veja o brilho do meu olhar quando estou ao lado dela. É diferente do brilho do olhar quando ajudo outro irmão. Por que Senhor, é diferente? Como consigo ver mais cores no mundo, quando a pinto em meus quadros. Como consigo achar palavras tão dóceis, quando faço um poema com o nome dela. Como consigo sentir a maciez do toque, quando ela me faz um carinho.
Talvez o Senhor esteja rindo da minha ingenuidade. Mas o que fazer? Ainda não cheguei a um estágio de evolução, para que eu tenha a capacidade de distinguir, que o amor não tem distinção. Ah Senhor! Como ès inteligente. Mas como é doce estar ao lado dela, de ouvir sua voz, de caminhar numa praça, sentar-me com ela num banco, e ver as crianças brincarem. Senhor, eu só nessa mesma praça, não conseguiria perceber tudo isso. Perdoe-me se isso é mesquinhez, falta de objetivo. Não, não pode ser isso.
Ela, como eu, é uma criação Sua, e por uma razão especial o Senhor quis que nós nos encontrássemos.
Deus, como te agradeço e como eu a amo!
O Senhor esta vendo o meu sorriso? Rssss. Não tem como disfarçar.
Obrigado Senhor!
Di Camargo, 04/08/2007