PROFUNDO 22 IND 16 ANOS
O carro pára num lugar ermo, Leticia desce, Jarbas traz Ivo.
- O que vai fazer?
- O que já deveria ter feito.
- Se fizer maus a mim a policia vai atrás de você.
- Acho que não.
- Por favor, me deixe ir, por favor.
- Me diz, o que falou para os caras?
- Nada demais, já te disse, fique tranquila.
- Não sei não, sabe, não confio em você.
- Vá para o inferno.
- Tudo bem, eu vou te soltar.
- Vai, obrigado.
- No mesmo inferno que você quer me mandar.
Leticia saca a pistola, 3 tiros e Ivo cai no chão, Jarbas termina o serviço degolando o rapaz, a cova já feita, Ivo é jogado junto com várias pás de cal e ácido sulfúrico, ali enterrado.
Ela entra no carro e segue para o clube.
Ao chegar no clube mau entra no escritório, logo Glads bate a porta.
- Entre.
- Senhora.
- O que foi?
- Tem alguns policiais no salão.
- O que disse a eles?
- Nada senhora, o sr Jarbas me orientou e..........
- Tudo bem, cuide das mesas, eu vou falar com eles.
Jarbas entra ali e ela segue para o salão.
- Boa noite.
- Boa.
- Senhorita Leticia.
- Sim.
- Onde esteve esta noite?
- Aqui no clube, não sai para lugar nenhum.
- Pode nos provar?
- Me acompanhe, por favor.
- Sim.
Leticia leva os policiais até a sala de vídeo, Jarbas assume o controle rodando as gravações até aquele momento, por algumas vezes Leticia entra e sai no escritório, 3 ou 4 vezes olha em direção a câmera.
- Podemos ter uma cópia dessa gravação?
- Tudo bem.
Leticia faz sinal a Jarbas que faz as referidas e entrega aos policiais.
- Posso saber o por que de tudo isso?
- O rapaz, Ivo, que fora denunciado por agressão numa briga, ele desapareceu do hospital e como sabemos ele e a senhorita tem laços estreitos.
- Sei, mais ainda não estou entendendo o que eu tenho haver com isso.
- Por enquanto nada senhorita, só estamos fazendo o nosso trabalho.
- Entendo, mais alguma coisa senhores?
- Por enquanto não, muito obrigado senhorita.
- Eu é que fico grata de poder estar colaborando com a policia, afinal eu não devo nada, minha relação com este rapaz foram de menos de 10 vezes que nos vemos algo muito superficial.
- Entendo.
- Fiquem á vontade.
Os policiais saem dali, Leticia retorna a sua sala com Jarbas.
- Já cuidou da garota?
- Esta agora dentro de um ônibus rumo a sua cidade natal no paraná, com sua conta bancária bem melhor do que antes.
- É Jarbas, quem diria, plano de mestre esse seu, pronto, ganhou um aumento.
- Obrigado rainha.
- Sério, nunca eu teria pensado nisso assim tão rápido.
- Obrigado.
- E as roupas?
- Queimadas.
- A peruca?
- Também, fora destruida, não há mais nada.
- E a tal da Fuscão?
- Muito feliz com o dinheiro que ganhou, me disse que nunca fizera tanto por nada.
- Ela te fez alguma pergunta?
- Não.
- Muito bom, só temos um probleminha ainda.
- Qual?
- O tal garoto, o garçom novo.
- Glads, não, ele é muito gentil, honesto.
- Esse é o problema, ele pode muito bem dar com a língua nos dentes.
- O que pretende?
- Traga ele aqui.
- Senhora.
- Agora Jarbas.
Jarbas sai e minutos depois entra com Glads.
- Olá moço.
- Oi dona Leticia.
- Seu nome é Glads?
- Sim.
- Olhe vou ser direta contigo, você foi bem orientado, se alguém te perguntar sobre se eu fiquei aqui a noite ou dia de hoje, eu não sai daqui.
- Sim senhora.
- Posso confiar em você?
- Sim senhora, sou muito grato por este trabalho, pode confiar em mim senhora.
- Sei, vou confiar, vamos fazer o seguinte, vou te dar um extra e ai?
- Obrigado senhora.
Glads sai e Jarbas olha para Leticia.
- Fique de olho neste garoto, veja se realmente podemos confiar nele, ouviu bem?
- Sim senhora.
- Qualquer coisa, por minima que seja, elimine este rapaz.
- Fique tranquila, sei que não será preciso tanto.
- Só faça Jarbas, estou te achando muito mole quando se trata desse rapaz, o que foi agora, esta mudando de lado Jarbas, é isso?
- Jamais senhora, vou vigia-lo, fique tranquila.
- Melhor assim, vai.
- Com licença.
Jarbas sai, Gil entra ali, fica junto de Leticia a averiguar os documentos e planilhas, logo ela sai dali deixando-o.
- Agora te pego, cadela dos infernos.
Gil vai até a estante e do alto desta recolhe uma micro câmera, guarda a mesma no bolso de sua camisa e sai da sala.
No corredor ele tromba em Jarbas a câmera cai.
- O que é isso?
- Jarbas, amigo.
- Isso é uma câmera?
Leticia surge ali, Jarbas mostra a mesma para ela que segue com o aparelho para a sala de vídeo, logo descobre a verdade na gravação.
- Quer dizer que estava planejando me ferrar Gil, pelas minhas costas?
- Não é isso, só queria ter algo para mim, minha proteção, entenda.
- Um trunfo, legal, Jarbas leve-o.
- Não Leticia, eu sou fiel a você, rainha.
- Vai. Jarbas dá um mata leão no homem que cai desacordado, assim sendo carregado até uma outra sala, Leticia faz uma ligação, terminando sai até a sala onde Jarbas esta com Gil.
- Deixe-o Jarbas.
- Senhora.
- Tem umas pessoas que querem e muito falar com ele, vivo.
Gil é amordaçado e posto em um carro, tendo um capuz a cobrir seu rosto, ali no porta malas, o carro segue em velocidade considerável fazendo diversas manobras.
Horas depois, tantos rodopios e o veiculo pára numa estrada rural, o porta malas é aberto, Gil é tirado deste só de cuecas ele treme todo o corpo, seu capuz é retirado.
- Olá Gil, quanto tempo gatinho, ainda bem que vamos ficar um bom tempo bem juntinhos, meu garoto travesso, meu boneco, só meu.
Júlia ali com seus brinquedos e artefatos de sado, pronta para usa-los de todas as formas em sua cobaia ali.
06122020...........
19
Gilmar ali acorrentado numa instalação sem uso de uma fábrica, gritos, velas, xingos, Júlia abusa do homem ali.
De seu corpo o sangue escorre, enquanto chibatas são ouvidas do chicote de Júlia, a mulher não poupa dor ao homem ali, logo entra em cena em terno e calça vinho.
- Gilmar.
- Olá Macedo, veio terminar o que a sua cruel esposa esta me fazendo?
- Não, longe disso, vim apreciar mais meus amigos.
O local é cheio de homens e mulheres da alta sociedade, todos em máscaras, apreciam aquele ato grotesco, o que faz Júlia vibrar em extâse ali, Gil não aguenta tanta tortura e desmaia, baldes de água em gelo, choques, quase uma hora depois ele é levado a uma cela, quase morto.
Leticia termina o jantar, frango grelhado, salada de rúcula, ovos cozidos e arroz branco.
- Jarbas, esta uma delicia.
- Obrigado senhora.
- Rainha.
- Obrigado rainha.
- Melhor assim, amanhã vou querer bife de fígado.
- Assim o farei, rainha.
A porta recebe leve batida e logo entram ali 4 garotas que trazem o ganho da noite , Leticia recebe os malotes e as dispensa, Jarbas tranca a porta.
- Agora mais essa, eu odeio fazer contas depois que termino a minha refeição.
- Podemos testar um novo gerente.
- Quem, a essa hora?
- O Glads.
- O que foi Jarbas, é impressão minha ou você quer realmente fazer subir esse muleque?
- Tudo bem, eu arrumarei um outro e............
- Chame-o.
- Como?
- Vai logo, traz o rapaz, vamos ver se ele é capaz, vai.
Jarbas sai e logo retorna com Glads que já tirara o uniforme de garçom.
- Me chamou senhora?
- Bem, você sabe fazer contas?
- Sim senhora.
- Some essas contas, as comandas enfim tudo que estiver nessa mesa, inclusive as fichas de jogos.
- Sim senhora.
- Faça bem feito, não tolero erros.
- Sim senhora.
Quarenta minutos depois ele entrega tudo somado e conferido.
- Aqui senhora. Leticia confere e corrige pequenos erros.
- Não é que o rapaz sabe mesmo, gostei, gostei e muito.
Jarbas fica contente ao ouvir aquilo, porém se policia por sentir tão bem em ajudar a um estranho.
Uma hora depois, Glads tem seu salário dobrado e o cargo de gerente.
- Isso não faz ele de meu total confio, fique de olho e investigue e bem esse rapaz.
- Sim rainha.
- Agora o leve para a casa dele.
- Sim.
Jarbas sai da sala e Glads já esta na porta indo quando ele o chama.
- Estou indo lá pelos lados onde você mora, eu te levo então.
- Obrigado, afinal a essa hora o ônibus já passou e vai demorar um tempo em espera lá no ponto.
- Então vamos?
- Sim.
A igreja esta toda enfeitada, na verdade fora alugada já que Simone não poderá ter uma cerimônia com padre devido ao fato de Hércules já ter casado antes.
Poucos convidados, Edú ao lado de Dani vibra com o enlace da irmã, Elis entra ali junto de Renato, Levi, Sandra, ela se aproxima dos padrinhos e diz algo e senta na terceira fileira, Marcelo chega logo depois sozinho, sua namorada ficara de plantão, Hércules fica contente ao ve-lo ali, para que veja que ele triunfou e agora será o marido de Simone.
Simone termina de ser preparada e caminha para a igreja, ficara a um salão anexo.
- Estou pronta.
Alguém entra antes e avisa ao rapaz do órgão que inicia o canto de entrada, logo Simone surge linda num vestido de caldas longas, traz um buquê de rosas brancas e vermelhas, ela caminha a passos de médio a curto, Edú sai de seu posto e vai até a irmã e acompanha até o altar.
O rito cerimonial é curto e após o sim o casal finaliza com um beijo, os convidados seguem o casal para o salão ao lado, ali é feita a festa com direito a buffet.
No momento da valsa, ali no ápice de dança, Hércules sente uma pontada no peito seguida de forte dor, ele cai no chão.
- Hércules. Aos gritos e choros de Simone, Marcelo vem e presta os primeiros socorros enquanto ligam para o SAMU.
A ambulância chega e Hércules é colocado, sendo levado para um hospital particular, Simone segue com ele, Marcelo vai junto.
Jarbas vai se aproximando da casa de Glads e tem flashs na mente, como que se já tivesse vindo naquele lugar.
Glads fala um pouco de sua família para ele quando o homem para o carro.
- Vamos, entre seu Jarbas, vem conhecer a minha família, minha gente.
- É muito cedo, melhor não.
- Vem, entre. Jarbas decide por aceitar e desce, a cada passo para dentro do local ele sente um forte peso tomar-lhe o corpo, logo surge na porta Arlete, ele a vê.
- Você.
Arlete só diz isso e desmaia, Lourival vem até a mesma e ao olhar a sua frente.
- Você, o que faz aqui?
Jarbas ali sem qualquer reação olha para eles.
Glads olha para o velho.
- Vô, este é o Jarbas, meu patrão.
- Ele não é só seu patrão.
- O que diz vô?
- Vai pra dentro, eu preciso ter umas palavras com o dr aqui, ele e eu nos conhecemos e ja faz tanto tempo que não nos vemos.
Glads entende e sai, Lourival vai até Jarbas.
- Quanto tempo seu Jarbas.
- Quer dizer então que............
- Sim, eu te disse há anos atrás, a vida é uma roda, girou, você viu.
- Ele é?
- O Glads, ah sim, seu filho, aquele que teve com a minha neta há muito tempo.
- Não pode ser, é mentira.
- Antes fosse, mais o que esta acontecendo nada mais é do o famoso acerto de contas, afinal você não cumpriu com o devido na época.
- Eu não podia, te disse o que estava em jogo.
- Tua filha, eu te entendo, e ela como esta?
- Não quero falar sobre isso.
- Sabe, fique sabendo que quando deixou essa louca enbuchada foi parar na AMAZÔNIA, é verdade?
- Sim, eu fiquei por lá quase 8 anos.
- Por que voltou?
- Malária.
- Entre, vamos, temos muito do que falar, não me diga que não, você me prometeu que voltaria um dia e iríamos beber uns goles e que me contaria a real razão do abandono de ARLETE.
- Tudo bem, eu me lembro, farei isso ou parte disso.
08122020..............…
Café na mesa, Arlete fora levada para o quarto, uma das crianças esta com ela, Glads já dormira, agora ali no quintal aos fundos da casa, Lourival mastiga tacos de mortadela e bebe aos goles o café, Jarbas segura sua xícara olhando a terra do terreno.
- Eu não podia ficar com sua neta.
- E por que a enbuchou?
- Ela havia me dito que tinha tomado as precauções.
- E você acreditou, a creditou numa moça enlouquecida que ficava por horas escrevendo poemas e cartinhas para ti.
- Não sabia disso.
- Sei que não sabia, deveria ter visto a cara de felicidade dela quando fez o teste no postinho lá do centro.
- Por que o senhor não me procurou?
- Eles não deixaram.
- Eles?
- Sim, meus guias, os mesmos guias que me disseram que você voltaria e que ficaria rico, mais pelo jeito não durou muito sua fortuna, o que foi, estragou tudo do mesmo jeito que fez com a Arlete?
- Me desculpe Lourival, sei que mereço ouvir isso e muito mais e.........
- E o Glads, vai dizer a ele que é o seu pai?
- Eu não posso, ainda não.
- Por quê?
- As coisas não são tão fáceis assim de dizer.
- Só comece explicando a ele que o homem que ele tem por anjo é o seu pai.
- Ele me acha bom?
- Fala de você o tempo todo, você percebeu que ele ás vezes se desliga de tudo, mais é muito esperto, só que não teve tanta, sorte, quase nenhuma até conseguir esse emprego, embora eu ainda tenha muitas dúvidas quanto a esse lugar onde vocês estão, mais quem eu sou para julgar algo ou alguém.
- O lugar não é dos melhores, mais é um trabalho, ele agora mesmo subiu para ser gerente de notas do clube.
- Bom, o que a moça, a dona achará quando souber que ele é o seu filho?
- Não sei, mais eu vou contar.
- Conte mesmo, é melhor que ela saiba e assim pare de achar asneiras sobre meu neto.
- Como assim?
- Eu sei que ela acha que meu neto vai acabar por soltar algo aos policiais, faça ela entender, ele não é inimigo e nem tampouco ingrato a ninguém.
- O que sabe?
- Muito e quase nada, eles que me sopram, só isso.
- O que vai acontecer?
- Quer mesmo saber?
Jarbas se levanta e segue para o portão.
- Não vai esperar que o seu filho acorde?
- Falo com ele no clube.
- Só saiba, ele vai gostar e odiar, mais depois ficará do seu lado.
- Preciso beber urgentemente.
- Sei, eu também.
- Quer vir?
- Hoje não, teremos tempo para isso mais a frente.
- Você que sabe, tchau.
- Tchau.
Jarbas passa pelo portão e Lourival olhando ele seguir rua acima no carro.
- Pois é seu Jarbas, a vida te deu uma segunda chance, agora resta saber o que fará com esta.
Jarbas segue pelo bairro até parar num boteco, ali pede uma cerveja e pinga com vermouth, sentado á mesa ele lembra seus tempos de namoro e seus olhos