26 — André?

Quando eu entro nesta oficina mecânica me deparo com o meu André (que meu André, acorda Lorena esse rapaz aí na sua frente é um perfeito cafajeste) — O que você esta fazendo aqui, a propósito o que você esta fazendo nesta cidade? Olhei para ele e mais uma vez ele fazendo aquela cara de cachorro que fez algo errado, daquele tipo que abaixa a orelha. Não sabia se saia correndo ou encarava de frente esta minha triste realidade, meu antigo noivo que infelizmente eu nutro um sentimento de não sei o que ali plantado na minha frente atrás daquele balcão.

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Quando eu olho na porta surge a minha amada morena, eu sei que o encontro seria inevitável, hora ou outra iria acontecer, mas eu queria programar, me preparar, mas agora ela esta na minha frente me encarando, meu Deus o que fazer? Só mesmo fazendo a cara de coitado que sempre deu certo em outros momentos, e esse rato (pisava no pé do Tomás que se escondia abaixo do balcão)— Você fique quietinho aí (falava baixinho para o seu empregado) Se eu perder a minha morena hoje eu não te perdoo...
— Amor, eu vim te buscar, montei essa oficina para estar mais próximo de você...
— O que que é isso, seu pervertido, Amor? Amor é uma palavra muito verdadeira para estar na boca d um cafajeste como você.... Como você pôde? Como eu me enganei contigo André, Não quero te ver nem pintado de ouro.

***

Olhei para aquele que até então era o meu noivo, não entendia o que ele fazia ali, montou uma oficina na cidade que eu vim me refugiar dele? Não quero ver a cara dele, a propósito queria que ele estivesse a quilômetros de distancia. (Quem você pensa que engana Lorena, você ainda o ama...)
O que? Ele esta saindo daquele balcão.
Amor... E segurava meu braço com uma violência controlada, mas eu fazia questão de escandalizar com aquilo. Pare com isso! esta me machucando.
Amor... Não aguento viver longe ti minha nega...
— Nega? Como você ousa falar assim comigo, senhorito cafajeste... Ele falava e sabia que me derretia todo com aquele carinho de apelido que ele me colocou em nossos momentos a sós.
— Perdão, perdão eu imploro, perdão. -Não acredito que ele esta se ajoelhando... -Levante daí não se rasteje que fica feio pra tua imagem...
Amor, montei essa oficina mudei de cidade, tudo isto pra ficar mais próximo de você, amor, minha Lo, não consigo viver longe d você, você é a minha vida meu ar, não consigo viver sem ar entende? Você é o meu respirar meu cheiro bom, por tudo que há de mais sagrado PERDÃO.
Olhava meu amado André naquela posição humilhante, nem sabia se as palavras deles eram verdadeiras, ou somente estava querendo me usar, tal qual aquele canalha do Tomás fez com a Lara, só sei que estava balançada com tantas palavras lindas que aquele feioso dizia.
— Chega, vou embora, Deixei ele plantado ali de joelhos, virei-me e fui... E ele atrás...
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Meu Senhor, fiz de tudo pra conquistar a minha morena e nada, ela esta saindo naquela porta, Mas não , não posso deixar-la ir. Vou atrás eu a amo, é demais pra mim deixar minha vida sair por aquela porta.
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Lorena, que cara é essa? Encontrou o mecânico pra trocar nossa roda, já esta ficando tarde... Fui abri o porta malas e retirei com muita dificuldade a roda, e nem sabia como fazer aquilo.
— Encontrei mais, fique ali, guria naquela sombra e deixe que eu resolvo isto.
— Credo, Lo o que eu te fiz pra me tratar desta maneira, bom eu vou...
Comecei a puxar aquele macaco, sei lá se é esse o nome deste negócio. Que ódio, minha unha lascou nesta porcaria, que raiva...
Amor amor, -Meu Deus, Lorena é o André o seu noivo. Falava Lara para Lorena.
— Oi Lara, disse o André que estava tão eufórico que nem observou a saliência da barriguinha de grávida que a Lara já ostentava.
— Amorzinho deixa que eu faço isto minha princesa...
— Minha princesa, cale a sua boca seu canalha, pode deixar que eu me viro com isto, deve ser a coisa mais fácil do mundo...
— Lo, deixe que ele troca pra gente amiga.
— E você deixe que eu me resolvo com este cidadão aí, fique embaixo desta sombra pois grávida não pode ficar tomando sol.
— Grávida? Assustado e impressionada dizia o André... '
— É sim, não sabia? Faz me rir. E pensava que dependente do que o André falasse ali poderia complicar a Lara, ficou imaginando o André contando o caso do grupo, a minha amiga sabendo naquele momento todo a humilhação publica que passara com suas as peças intimas expostas, tais como um mercadoria barata, naquele antro de devassidão.
— Amor, sinto muito, eu aprendi a minha lição nunca mais faço aquilo de novo, perdão, deixe eu trocar minha nega esse pneu furado é o minimo que eu poderia fazer para redimir todo o estrago que eu fiz contigo e com a Lara.
— Tentava, tentava, caia chave no meu pé, estava realmente difícil me entender com aquilo, já estava me dando nos nervos, suava caia gotas no chão, veio então a Lara e me puxou para a calçada. O bendito foi querendo tomar posse das ferramentas.
— Você não mete a mão aí.
E falava a Lara baixinho comigo:
— Lorena largue mão de ser boba, não acredito que vai trocar o pneu na frente dele e dar esse gostinho pra ele, de te ver toda descabelada e suada na frente dele. Fique aqui comigo só na elegância.
— Eu to toda descabelada e suada? Falava Lorena voltando em si do seu desvaneio. -Sim amiga, olhe a tua unha tá no vivo... Deixe que ele troque, ele não digamos: -Se aproveitou da sua companhia todo esse tempo? Então amiga, largue mão de ser boba, vai dar esse gostinho pra ele. Deixe que ele troque. E foi a Lara e disse pra ele:
— André, troque pra nós o pneu, a Lorena esta uma arara contigo, mas sei que é uma pessoa boa, o que deve ter feito, que eu não sei direito pois a Lo não me conta não deve ser nada tão grave assim.
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Olhava para a Lara grávida, uma barriguinha penso eu de uns quatro ou cinco meses, e eu me divertia vendo as fotos das roupas intimas dela naquele grupo, agora entendo o nervoso da Lorena, imaginava o quanto minha morena devia estar sofrendo. E eu dando guarida para o Tomás o que tinha feito aquilo com a menina, que eu conhecia de tempos e sempre soube ser honesta.
— Você esta grávida do Tomás? Perguntei agora curioso, -Sim, mas quero esquecer aquele rapaz que só me fez sofrer e se aproveitou da minha ingenuidade, você? Troca o pneu para nós ir pra casa, preciso tomar meus remédios, e já estamos bastante tempo neste sol...
— Troco, troco sim, desculpa Lara por tudo que eu tenha feito contigo. — Que nada André, não tenho nada de bronca contigo, mas com o Tomás, você não tem nada haver com a minha história, eu não entendo o porque de tanta implicância da Lorena contigo, até parece que ela esta me escondendo algo. — É só implicância mesmo, falava André desconversando o fato, e indo tomar posse das chaves de fendas e macaco que eram habituais a sua profissão.
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Olhava o meu Andrézinho trocando aquele pneu, meu moreninho, meu feiosinho, aí, como eu queria ir naquela rua e puxar ele de canto e dar-lhe um beijo, mas não podia, o que ele fez foi grave, ficou compartilhando aquela libertinagem e não contou nada para mim que era a noiva dele. Que cafajeste, concentra Lo, não fica olhando dando pinta, não olhe.
— Confesse Lo que você é caidinha por esse mecânico. — Quem eu? Falava Lorena ajeitando as unhas, arrumando o cabelo e limpando-se, enfim retomando a sua compostura.
— Nunca imagina, de onde você tirou isto? Pare de olhar então pro rapaz trocar o pneu. Naquele momentos André olhava e dava sorrisinhos bem direcionados para a Lorena que virava a cara como se fossem duas criancinhas brigando por um brinquedinho.
— Amiga perdoe ele, ele veio de longe pra te reconquistar que romântico! Quem dera eu aquele Tomás cair em si e vir assumir-me e termos o nosso filho junto. Falava Lara entristecida com a lembrança da gravidez solteira que estava enfrentando.
— Lara não é tão simples assim ele traiu a minha confiança.
— Amiga, é deve ser errado ver coisas ilícitas no celular, mas ninguém é perfeito, seu caso não é de traição ou coisa assim, senta-se, conversa-se e da-se um jeito.
André terminava de trocar o pneu, pronto, terminado, pronto pro uso!
— Vá lá na oficina, que já vou conversar contigo, preciso tratar um assunto com minha amiga Lara espere lá.
E foi o André para a oficina, Lara entrou no carro e ficou descansando no banco enquanto Lorena estava indo para a oficina, Lara em secreto torcia para a amiga fazer as pazes com o noivo.
Já na oficina, André olhava para baixo do balcão e viu que o Thomas continuava escondido, pensou que o medo do pai policial da ex namorada corroía seus pensamentos, e aproveitou para vingar-se mais uma vez do infeliz pisando-lhe no pé. Aí, fique quietinho aí que minha morena esta voltando, se abrir seu bico, ela te entrega lá na capital. e se estremecia de dor o bendito...
— Só voltei aqui pra falar pra você ficar bem quietinho sobre a Lara, não quero que você conte nada da minha amiga para aquele seu amigo Thomas.  — Que nojo você amigo daquele crápula, se você abrir sua boca, você vai se ver comigo ein?
— Tudo bem amor.
— E não me chame de amor, colocava um papel com um endereço em cima do balcão. Não suporto olhar para a sua cara. Aconselharia você ir para uma igreja pedir perdão pelos seus pecados. Primeiro tem que haver arrependimento dos seus atos, e saía toda posuda a morena linda do André.
— Espere, poderei te ver
E olhava Lorena com um olhar que disfarçava um sorriso interesseiro. — Posso até pensar no seu caso, mas vá para a Igreja, pensando bem André, errei contigo nas vezes que você me segurava seja na sua casa, ou na minha e me impedia de ir pra igreja agora estou pagando minhas consequências, eu sempre busquei um servo do senhor, pense nisto... E saia sem olhar para trás. 
Waldryano
Enviado por Waldryano em 24/07/2019
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