25 — Como eu conheci a Lorena


Um dia passeava pelo parque e conheci ela, logo me apaixonei, cheguei próximo, me aproximei com olhares, ela me olhava também, dando aqueles sorrisos acanhados, linda, mas fiquei um pouco envergonhado, minhas unhas estavam sujas de graxa, e a minha roupa estava bem surrada, passeava no parque no final de um turno exaustivo de trabalho. Ela olhou para trás para ver se eu continuava a ver ela, mas pensava comigo: 
— Será que essa morena esta me dando moral, será que ela se interessaria por um feioso como eu? Ela uma linda morena, com seu cabelo escovado, e seu olhar maroto. E sentei no banco, ela passeava alí e alá naquele parque de diversão com sua amiga a tira colo. E ficava a fitar ela e ela retribuía os olhares. Eu sozinho, só pensava assim: 
— Se não for lá e pelo menos conseguir o telefone dela nunca mais verei essa linda morena. Este pensamento me corroía. Tomei coragem cheio de vergonha, escondia os dedos pra disfarçar as unhas cheias de graxa. 
— Oi, como é o seu nome... 
Ela parou olhou deu um sorriso tímido e disse: 
— Não posso dar o meu nome a estranhos. A sua amiga logo disse: 
— Largue mão de ser careta Lo, fale logo seu nome pra ele. Pensando bem, vou dar uma volta naquele brinquedo, era uma roda gigante. Espere amiga vou junto você morre de medo de roda gigante lembra. Pare de ser boba Lo, fique com esse rapaz, Como é o seu nome mesmo?
— André. 
Fique com ele ele te fará companhia, eu tenho que controlar meus medos medrosa? Não rima com Lara. Adeus, e foi para a fila tremendo de medo, mas dava sorrisos generosos para a amiga com o rapaz que havia deixando-a desconcertada. Volta logo Lara.
Começamos a conversar naquele banquinho, mas confesso que só focava nos seus lábios carnudos e macios, me deixavam sem ação ela falava e eu sem graça ficava olhando. Ela disse-me no meio da conversa. 
— Que tanto olha nos meus lábios, desse jeito fico sem graça. Amava-a, simplesmente amava seus gestos, seu modo de falar, seus ticks nervosos, seu cabelo, seu perfume eu a analisava e imaginava: -André, essa é a mulher da sua vida! Mas sentia algo diferente nela, ela falava de um modo doce, e gentil, seu linguajar era educado e sereno, diferente das outras garotas que por vezes me aproximava ela era diferente. 
Olhava lá em cima a amiga dela naquela roda gigante, quando olhava observei que ela me olhava, peguei na sua mão, sei lá foi um instinto natural, ela relutou e retirou a mão e disse: — Não... relutando e se contorcendo no canto do banco, logo falei : — Você tem a voz doce, o que você faz para ter uma serenidade no olhar. Ela me olhou deu um sorriso e disse, é por que eu sou uma adoradora, um Adorador tem esse perfil é sereno calmo e tem doce no falar, pelo menos assim aprendi ser. — O que é adorador? perguntei estendendo a conversa...
Eu sou evangélica, adoro o meu senhor na igreja, amo cantar, e dedilhar o meu violão, e você? Ela perguntou. Sobre o que eu faço ou sobre a minha religião? Os dois? Disse-lhe que simpatizava com os evangélicos, porem não tinha uma religião definida, tinha muito desejo de ir na igreja, mas não tinha coragem, precisava que alguém me convida-se. Eu estou lhe convidando, disse ela com a voz de um anjo...
E continuamos a conversar, chegava-se mais e mais pertinho dela, a sua amiga?
Dava voltas naquela roda gigante, olhava para baixo e via nós e dava acenos com as mãos. Contei-lhe sobre a minha profissão, mecânico, meu amor pelos carros, e ela disse: — É por isso que esta escondendo essa s mãos, e agora ela pegou minha mão, senti um estremecer inexplicável no cabelo, não conseguiria descrever em palavras, mas suas mãos acalentaram as minhas ela? Ficou sem graça. Eu? Sentia que havia encontrado o amor.
E aquela garota que me fizera tomar toda a coragem do mundo e mudar de cidade e montar meu negócio, e aquela garota que foi minha amada namorada, noiva e por causa do meu deslize infantil me largou, sim aquela garota, estava adentrando na minha oficina. Gritei: — Thomas se esconda, rápido, rápido a Minha Lorena esta entrando na oficina, ele correu assustado, pensava só na menina lhe entregando o paradeiro, para a sua ex, e ficou escondido atrás do balcão. Eu abaixei e disse: 
— Fique calado aí, nem respire de preferência. Como a gente é bobo não, na inocência adentrei no grupo deste rapazinho e agora estou tentando reconquistar minha vida. Pois sem minha morena, não vivo.
— Você já me atrapalhou demais, nem sei porque fui te dar guarida, mas fique aí e em silêncio. Minha história com esse Tomás se resumia em um dia que ele apareceu na oficina, com um carro não tão bom assim, falei para ele que não tinha mais jeito aquele carro dele era melhor trocar, e começamos a conversar por eventual interesse da parte dele, pois semana pós semana ele começava a aparecer na oficina, um certo dia ele me mostrou no seu celular, as suas duas conquistas, dizia-se um galã que conquistava e provava, demonstrando para mim com fotos num tal de grupo. Eu lhe disse: 
— Ói, ói rapaz isso é perigoso, e não é certo, e ele continuava.Então, quanto mais perigoso mais dinheiro eu ganho e contou como juntara um bom dinheiro, ele fazia uma votação entre os membros do grupo qual seria a 'próxima vítima' e fazia a moça sua namorada, escrever palavras nas peças intimas, e por fim entregar-lhe a virgindade. — Nossa garoto isto é muito sujo da sua parte. Sujo mas por curiosidade entrei, e por ingenuidade foi um dos que deu aqueles lances, moral da histórias, na quarta menina exposta o rapazinho já tinha o dinheiro que ele tão almejava ter: 
— O suficiente para comprar uma caminhonete e se livrar de vez daquele carro velho. Nunca entendi, mas nossa relação era de interesse, o mesmo evitava que seus amigos soubessem da nossa amizade, mas o que não faltava era nos fins de tarde o rapazinho na oficina conversando e demonstrando suas conquistas.
Ela me olhou e ficou branca, mas mesmo assim entrou no minha modesta oficina mecânica... Me fitou nos olhos, eu fiz uma cara de felicidade e constrangimento, ela sabia muito bem a cara que fiz, sempre fazia aquela cara quando fazia algo errado e queria pedir perdão, estava ela entrando, minha morena, meu cheirinho bom, fiquei tão feliz, não queria que fosse daquele jeito, iria comer pelas beiradas, mostrar o meu valor e reconquistar-la, mas ela estava ali naquela porta, minha vida entrando naquela porta.
—  Ãn-drééé?
Waldryano
Enviado por Waldryano em 24/07/2019
Reeditado em 24/07/2019
Código do texto: T6703796
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