O diário de Ana Capítulo XI

E foi naquele dia que Carlos passou a enchergar o pai já falecido com outros olhos, não que isso justificasse todo mal que lhe causou, porém saber de sua história o fez refletir pois desconhecia essas verdades, e agora ciente do passado de Estêvão mudaria muita coisa na sua linha de pensamento.

Foi nesse tempo que Carlos começou a indagar também sobre quem seria seus pais biológicos.

Carlos voltou o pensamento para si mesmo refletindo como que com sua pouca idade já havia passado por muita coisa, e ele tinha pensamentos maduros pela sua faixa etária, falava de coisas que as pessoas se

surpreendiam por ser um rapaz tão novo.

Agora com vinte anos ele se depara com novas realidades e tem a oportunidade de almejar um futuro promissor, muito diferente de sua infância que foi de medo e opressão. Queria focar nos estudos, era o que traçou como base para seu futuro.

Como prometido dona Leda arcou com os gastos de seu início de faculdade, bem como os custos da moradia. Pois pensava que era o mínimo que poderia fazer depois de Carlos ter sofrido tanto.

E ali estava Carlos, naquela casa esperando as aulas começarem, mas o mais surpreendente no momento era ele ter encontrado o diário, e estar mergulhando numa história tão densa quanto a sua. Carlos não conseguia mais ficar sem ler o diário, era como se algo ou alguém o atraisse para tal leitura.

Deveras por ser curioso e também por gostar de ler. Quero terminar de ler esse diário hoje, pensou Carlos, e continuou a le-lo no qual estava escrito.

"Eu Ana estava sim muito apaixonada por Marcos, apaixonada e enlouquecida por ele.

E foi assim que começamos a nos encontrar frequentemente, minha melhor amiga Sofia era quem me ajudava a inventar sempre uma desculpa para meus pais. Até que um dia no qual eu estava com dezessete anos decidimos que iríamos passar uma noite inteira juntos, meu coração tremia só de pensar como seria esse momento, até porque não tinha experiência alguma e também com muito receio de meus pais descobrirem qualquer coisa.

No meu coração uma certeza, queria muito ficar com Marcos uma noite inteira, na minha cabeça várias dúvidas, uma delas é se realmente valeria a pena aquela decisão.

Então procurei não pensar muito como seria tal momento, se eu iria me arrepender, bom, eu achava que Marcos estava correspondendo aos meus sentimentos na mesma intensidade que eu, então combinei um plano com Sofia para executar meu objetivo.

E foi assim no dia eu dormi na casa de Sofia, era o único lugar que eu podia dormir sem ser em casa, isso porque Sofia morava quase ao lado da minha casa. Na casa dela havia um pequeno porão, e foi la que marquei com Marcos por volta das dezenove horas da noite.

Tudo foi bem planejado, Marcos chegou adiantado, e eu peguei uma camisola de mamãe que recordando agora não ficou muito bem em mim, mas isso com certeza era o de menos naquele momento.

Foi uma noite esplêndida, ele foi muito carinhoso comigo, e isso fez com que eu me sentisse mais segura para me entregar a ele. Seu rosto, seu olhar eram como lua cheia, sua mão seu toque era como vulcão que acabara de acordar. Senti sensações jamais imagináveis.

Continua...

Patrícia Onofre
Enviado por Patrícia Onofre em 13/01/2019
Reeditado em 04/08/2021
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